São Paulo, segunda-feira, 14 de setembro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

Líder por acaso

A MAIORIA dos que tentam explicar por que Muricy prefere Edmilson como volante, quando escala três zagueiros, aponta para a qualidade da saída de bola. Que qualidade?
No começo da segunda etapa, ontem, Edmilson perdeu no meio-campo e permitiu a Neto Berola iniciar o contra- -ataque. A jogada resultou em escanteio e, por alguns segundos, via-se a preocupação de Edmilson justificar o injustificável para Danilo e Marcão.
Boa parte da torcida do Palmeiras também não engole Marcão. Há uma única explicação para a insistência de Muricy em botá-lo como terceiro zagueiro: o jogo aéreo.
Foi mais pela bola alta do que pela saída de jogo que Muricy optou por Marcão como zagueiro e Edmilson como volante, contra o Vitória.
Mas, então, como explicar que o Palmeiras tenha levado dois dos três gols do Barradão depois de cruzamentos altos?
Não tem explicação.
O Palmeiras só não perdeu a liderança ontem porque o Cruzeiro não deixou. Em contra-ataques ferozes, fulminou o Inter e sua torcida, que lotava o Beira-Rio, na chuvosa tarde gaúcha. Só que o Cruzeiro é também o próximo rival palmeirense, daqui a dez dias, numa das quartas-feiras que Muricy odeia, porque a tabela marca para o Palmeiras outro jogo só três dias mais tarde.
O Barradão é palco historicamente hostil para o Palmeiras, mas o jogo de ontem tinha uma característica que permitiria a vitória fora de casa, resultado que faria lembrar o São Paulo tricampeão brasileiro, dirigido por Muricy.
Repare bem nos dois gols do Palmeiras e ainda no gol de Vagner Love, bem anulado pelo bandeira Carlos Berkenbrock, e você verá que tudo aconteceu às costas de Apodi.
Cleiton Xavier cruzou para Vagner Love marcar em impedimento. Armero levantou para Robert fazer 1 a 1. Ortigoza fez o passe para Robert diminuir para 3 a 2. Tudo no setor de Apodi, que joga como ala mesmo quando seu time atua com uma linha de quatro marcadores, como ontem.
Um pouco mais de jogo pelo lado esquerdo e o palmeirense teria mais confiança de que Muricy traria outras vitórias como visitante, como fazia com o São Paulo tricampeão. Que faria o Palmeiras ser líder de fato e maior candidato à taça. Hoje, é um líder pelo acaso.

A VELOCIDADE É AZUL
A arma do Inter é a velocidade. Ela veio de vermelho só até o pênalti de Leonardo Silva em Magrão, aos 27min. Após o 1 a 0, o contra-ataque era azul, com Gilberto, arrasador, e Thiago Ribeiro como em raras vezes. Parecia o finalista da Libertadores, de azul. E não parecia um campeão brasileiro, de vermelho.

SAÍDA PELOS LADOS
O São Paulo, na cola do líder, está longe de seu melhor. Ante o Avaí, só jogou quando Dagoberto saiu da área para dar a assistência a Hugo e fez, na área, 1 a 0. Bem o São Paulo jogou contra Goiás e Grêmio. É preciso marcar e jogar pelos lados. Se fizer isso, terá o brilho que falta aos candidatos à taça.

CORINTHIANS REVIGORADO
Na quarta, o Corinthians entra em campo contra o Coritiba após dez dias de descanso produzido pelas injustificáveis mudanças na tabela. E volta a campo revigorado, com presenças importantes, como Alessandro, Marcelo Mattos e Defederico. Se vencer o Coxa, ficará a cinco pontos do líder e com confronto direto a fazer. Por mais que a disputa mais forte inclua Inter, São Paulo e Palmeiras, é preciso dizer: o desmanche não desmanchou o Corinthians.


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