|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
Líder por acaso
A MAIORIA dos que
tentam explicar por
que Muricy prefere
Edmilson como volante,
quando escala três zagueiros,
aponta para a qualidade da
saída de bola. Que qualidade?
No começo da segunda etapa, ontem, Edmilson perdeu
no meio-campo e permitiu a
Neto Berola iniciar o contra-
-ataque. A jogada resultou em
escanteio e, por alguns segundos, via-se a preocupação de
Edmilson justificar o injustificável para Danilo e Marcão.
Boa parte da torcida do Palmeiras também não engole
Marcão. Há uma única explicação para a insistência de
Muricy em botá-lo como terceiro zagueiro: o jogo aéreo.
Foi mais pela bola alta do
que pela saída de jogo que
Muricy optou por Marcão como zagueiro e Edmilson como volante, contra o Vitória.
Mas, então, como explicar
que o Palmeiras tenha levado
dois dos três gols do Barradão
depois de cruzamentos altos?
Não tem explicação.
O Palmeiras só não perdeu
a liderança ontem porque o
Cruzeiro não deixou. Em contra-ataques ferozes, fulminou
o Inter e sua torcida, que lotava o Beira-Rio, na chuvosa
tarde gaúcha. Só que o Cruzeiro é também o próximo rival
palmeirense, daqui a dez dias,
numa das quartas-feiras que
Muricy odeia, porque a tabela
marca para o Palmeiras outro
jogo só três dias mais tarde.
O Barradão é palco historicamente hostil para o Palmeiras, mas o jogo de ontem tinha
uma característica que permitiria a vitória fora de casa, resultado que faria lembrar o
São Paulo tricampeão brasileiro, dirigido por Muricy.
Repare bem nos dois gols
do Palmeiras e ainda no gol de
Vagner Love, bem anulado
pelo bandeira Carlos Berkenbrock, e você verá que tudo
aconteceu às costas de Apodi.
Cleiton Xavier cruzou para
Vagner Love marcar em impedimento. Armero levantou
para Robert fazer 1 a 1. Ortigoza fez o passe para Robert diminuir para 3 a 2. Tudo no setor de Apodi, que joga como
ala mesmo quando seu time
atua com uma linha de quatro
marcadores, como ontem.
Um pouco mais de jogo pelo
lado esquerdo e o palmeirense teria mais confiança de que
Muricy traria outras vitórias
como visitante, como fazia
com o São Paulo tricampeão.
Que faria o Palmeiras ser líder
de fato e maior candidato à taça. Hoje, é um líder pelo acaso.
A VELOCIDADE É AZUL
A arma do Inter é a velocidade. Ela veio de vermelho
só até o pênalti de Leonardo
Silva em Magrão, aos 27min.
Após o 1 a 0, o contra-ataque
era azul, com Gilberto, arrasador, e Thiago Ribeiro como em raras vezes. Parecia o
finalista da Libertadores, de
azul. E não parecia um campeão brasileiro, de vermelho.
SAÍDA PELOS LADOS
O São Paulo, na cola do líder, está longe de seu melhor. Ante o Avaí, só jogou
quando Dagoberto saiu da
área para dar a assistência a
Hugo e fez, na área, 1 a 0.
Bem o São Paulo jogou contra Goiás e Grêmio. É preciso
marcar e jogar pelos lados.
Se fizer isso, terá o brilho que
falta aos candidatos à taça.
CORINTHIANS REVIGORADO
Na quarta, o Corinthians entra em campo contra o Coritiba após dez dias de descanso produzido pelas injustificáveis mudanças na tabela. E volta a campo revigorado, com
presenças importantes, como Alessandro, Marcelo Mattos
e Defederico. Se vencer o Coxa, ficará a cinco pontos do líder e com confronto direto a fazer. Por mais que a disputa
mais forte inclua Inter, São Paulo e Palmeiras, é preciso
dizer: o desmanche não desmanchou o Corinthians.
Texto Anterior: A rodada: Inter perde do Cruzeiro em casa e não assume a ponta Próximo Texto: São Paulo vê ida para o interior com indiferença Índice
|