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Azarão dos EUA pode encerrar era na MotoGP
Nicky Hayden tenta ser o 1º campeão após Valentino Rossi obter 7 títulos
"No começo diziam que eu estava na liderança por sorte. Agora sabem que é
pra valer", fala ele, que pode se consagrar em Portugal
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Líder do Mundial de MotoGP
desde a terceira corrida do ano,
de onde só saiu de uma vez, ele
tem 12 pontos à frente do segundo colocado e pode sagrar-se campeão no GP de Portugal,
amanhã, 16ª de 17 provas.
Pela primeira vez em seis
anos, o sujeito do parágrafo acima não é Valentino Rossi. É
Nicky Hayden, 25, o homem
que pode acabar com a hegemonia do italiano na principal
categoria do motociclismo.
Hoje, no Estoril, acontece o
treino que define a pole.
Nascido em Owensboro, no
Estado americano de Kentucky, Hayden pode ser campeão em seu quarto ano na categoria se conseguir abrir mais
14 pontos de vantagem sobre
Rossi, o maior destruidor de recordes do esporte. Na pista, significa vencer e ver o rival chegar no máximo em sexto lugar.
Já esteve em situação bem
mais confortável na tabela, é
verdade. Em julho, depois de
vencer em casa, no GP de Laguna Seca, abriu 51 pontos para
Rossi, sete vezes campeão
mundial. O italiano conseguiu
baixar essa diferença para os 12
pontos de agora, mas Hayden
afirma estar pronto para conquistar seu primeiro título.
"Esse é definitivamente meu
objetivo", disse o piloto à Folha, em entrevista por e-mail.
Descontraído, mas sem tirar o
foco do campeonato, Hayden
falou ainda sobre estar no centro das atenções, sobre Rossi e
sua vida longe das motos.
FOLHA - Como se sente sendo o homem a ser batido?
NICKY HAYDEN - Estou muito orgulhoso de liderar o Mundial a
duas provas do final. Sei que há
muito a ser feito ainda, mas
muita gente não acreditava que
eu pudesse estar nessa posição.
Diziam que eu era um azarão
no começo da temporada e que,
mesmo depois de algumas corridas, todo mundo pensava que
eu estava ali por sorte. Agora
sabem que somos pra valer.
FOLHA - Tem um gosto especial liderar o campeonato após tantos
anos de domínio de Rossi?
HAYDEN - Vencer o Mundial é
meu sonho desde criança, então é uma sensação boa. Rossi
ainda é jovem e ainda está melhorando a cada ano, dificultando as coisas para nós, mas sei
que minha distância para ele
diminuiu. Existem muitos jovens "famintos" atrás dele, ele
não está mais competindo com
os mesmos caras de antes. E
nós não vamos desistir. Vamos
atrás dele com tudo.
FOLHA - O que mudou neste ano? Ou melhor, por que Rossi não está
na liderança do campeonato?
HAYDEN - Acho que muito disso
tem a ver com meu time. Estamos trabalhando juntos melhor do que nunca. Trouxemos
pessoas novas e Pete Benson,
meu chefe de equipe está melhor ainda. Fora isso, estou
muito mais confortável com este estilo de vida e com as pistas.
Melhorei muito no acerto da
moto e estou me divertindo.
Mas você nunca pode considerar Rossi como vencido.
FOLHA - Existe um segredo para
derrotá-lo?
HAYDEN - Acho que não, você só
tem que se esforçar sempre ao
máximo. Eu e meu time estamos trabalhando duro para termos a melhor moto e o melhor
conjunto possível. Rossi é um
pacote difícil. Ele é o cara. É
muito bom piloto, com uma
ótima moto em uma grande
equipe. Mas estou gostando do
desafio e estou dando o meu
melhor. Ele é vencível.
FOLHA - E quando você não está
correndo, o que gosta de fazer?
HAYDEN - Sabe, eu levo esse esporte muito a sério. Amo isso, é
minha paixão, então não sou do
tipo de cara que gosta de ficar
longe. Gosto de treinar e de estar focado, estou tentando ser o
melhor que posso. Não gosto de
muitas coisas, mas curto ficar
com meus irmãos [Tommy e
Roger Lee, pilotos de Superbike nos EUA] e com meus amigos quando estou em casa. Eu
gosto de ser criança.
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