São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2006

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Azarão dos EUA pode encerrar era na MotoGP

Nicky Hayden tenta ser o 1º campeão após Valentino Rossi obter 7 títulos

"No começo diziam que eu estava na liderança por sorte. Agora sabem que é pra valer", fala ele, que pode se consagrar em Portugal

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Líder do Mundial de MotoGP desde a terceira corrida do ano, de onde só saiu de uma vez, ele tem 12 pontos à frente do segundo colocado e pode sagrar-se campeão no GP de Portugal, amanhã, 16ª de 17 provas.
Pela primeira vez em seis anos, o sujeito do parágrafo acima não é Valentino Rossi. É Nicky Hayden, 25, o homem que pode acabar com a hegemonia do italiano na principal categoria do motociclismo.
Hoje, no Estoril, acontece o treino que define a pole. Nascido em Owensboro, no Estado americano de Kentucky, Hayden pode ser campeão em seu quarto ano na categoria se conseguir abrir mais 14 pontos de vantagem sobre Rossi, o maior destruidor de recordes do esporte. Na pista, significa vencer e ver o rival chegar no máximo em sexto lugar.
Já esteve em situação bem mais confortável na tabela, é verdade. Em julho, depois de vencer em casa, no GP de Laguna Seca, abriu 51 pontos para Rossi, sete vezes campeão mundial. O italiano conseguiu baixar essa diferença para os 12 pontos de agora, mas Hayden afirma estar pronto para conquistar seu primeiro título.
"Esse é definitivamente meu objetivo", disse o piloto à Folha, em entrevista por e-mail. Descontraído, mas sem tirar o foco do campeonato, Hayden falou ainda sobre estar no centro das atenções, sobre Rossi e sua vida longe das motos.

 

FOLHA - Como se sente sendo o homem a ser batido?
NICKY HAYDEN
- Estou muito orgulhoso de liderar o Mundial a duas provas do final. Sei que há muito a ser feito ainda, mas muita gente não acreditava que eu pudesse estar nessa posição. Diziam que eu era um azarão no começo da temporada e que, mesmo depois de algumas corridas, todo mundo pensava que eu estava ali por sorte. Agora sabem que somos pra valer.

FOLHA - Tem um gosto especial liderar o campeonato após tantos anos de domínio de Rossi?
HAYDEN
- Vencer o Mundial é meu sonho desde criança, então é uma sensação boa. Rossi ainda é jovem e ainda está melhorando a cada ano, dificultando as coisas para nós, mas sei que minha distância para ele diminuiu. Existem muitos jovens "famintos" atrás dele, ele não está mais competindo com os mesmos caras de antes. E nós não vamos desistir. Vamos atrás dele com tudo.

FOLHA - O que mudou neste ano? Ou melhor, por que Rossi não está na liderança do campeonato?
HAYDEN
- Acho que muito disso tem a ver com meu time. Estamos trabalhando juntos melhor do que nunca. Trouxemos pessoas novas e Pete Benson, meu chefe de equipe está melhor ainda. Fora isso, estou muito mais confortável com este estilo de vida e com as pistas. Melhorei muito no acerto da moto e estou me divertindo. Mas você nunca pode considerar Rossi como vencido.

FOLHA - Existe um segredo para derrotá-lo?
HAYDEN
- Acho que não, você só tem que se esforçar sempre ao máximo. Eu e meu time estamos trabalhando duro para termos a melhor moto e o melhor conjunto possível. Rossi é um pacote difícil. Ele é o cara. É muito bom piloto, com uma ótima moto em uma grande equipe. Mas estou gostando do desafio e estou dando o meu melhor. Ele é vencível.

FOLHA - E quando você não está correndo, o que gosta de fazer?
HAYDEN
- Sabe, eu levo esse esporte muito a sério. Amo isso, é minha paixão, então não sou do tipo de cara que gosta de ficar longe. Gosto de treinar e de estar focado, estou tentando ser o melhor que posso. Não gosto de muitas coisas, mas curto ficar com meus irmãos [Tommy e Roger Lee, pilotos de Superbike nos EUA] e com meus amigos quando estou em casa. Eu gosto de ser criança.


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