São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Reforços e sorte criam aspirantes ao Nacional

Flamengo e Cruzeiro remontam seus times e sobem na tabela do Brasileiro

Palmeiras e Inter seguram base, contratam pouco e despencam no returno; Atlético-MG e São Paulo mantêm seu desempenho

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O planejamento do elenco e a manutenção da base do time têm sido exaltados por dirigentes como parte da fórmula para ganhar títulos ou fazer campanhas bem-sucedidas. Não é o que ocorre no atual Brasileiro.
Levantamento da Folha sobre os seis primeiros do campeonato mostra que os clubes que mais contrataram e mais utilizaram jogadores subiram na tabela ou pelo menos se mantiveram estáveis no segundo turno. Quem fez poucas alterações no grupo e na equipe passou a sofrer na reta final.
A exceção é o São Paulo, que volta à liderança com um empate, hoje, diante do Vitória. O clube paulista pouco modificou sua equipe -foram só três reforços e 26 atletas usados- e teve campanha quase idêntica nos dois turnos da competição. Por isso, a diretoria repete seu mantra sobre o planejamento.
"Se não é resultado direto [a organização do clube], contribui bastante", analisou o vice de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Mas, se antes era paradigma, a fórmula são-paulina não serviu para os outros desta vez.
O Palmeiras adotou prática similar à dos rivais. Só foram quatro contratações, entre elas o atacante Vagner Love. Apenas 32 jogadores atuaram pelo time do Parque Antarctica.
O presidente do clube alviverde, Luiz Gonzaga Belluzzo, fez força para não perder ninguém. Não tem dado certo.
Segundo no primeiro turno, o Palmeiras tinha aproveitamento de 64,9% dos pontos. No returno, obteve 45,8%.
Resultado: perdeu cinco pontos de diferença na liderança e pode acabar a 35ª rodada em quarto, após empatar com o lanterna Sport em casa.
Mesmo caminho seguiu o Internacional. Foram só quatro contratações. É verdade que perdeu o ídolo Nilmar, mas, de resto, a base foi mantida.
Seu desempenho era de 64,9% no primeiro turno. Caiu para 35,6% no returno. Entra na rodada em sexto lugar.
O Flamengo teve seu time esfacelado por contusões e as saídas de Ibson e Emerson. Teve de usar sete juniores no início do turno -no total, teve 38 atletas em campo. Deu certo.
O time melhorou de 47,7% para 66,7% em seu aproveitamento de pontos no returno do torneio. Está a dois pontos da liderança. "Contratamos quem chegou para jogar, como Álvaro e Maldonado", contou o vice do clube, Delair Dumbrosck. "Teve uma dose de sorte, porque o Petkovic começou a jogar, e o Zé Roberto se recuperou."
Destruído depois de perder a Libertadores da América em casa, o Cruzeiro se reinventou após as saídas de Ramires e Wagner. Contratou sete, como os titulares Gilberto e Gil. No total, usou 42 atletas.
Saltou de um aproveitamento de 38,6% no primeiro turno para 71,1% no segundo. Hoje pega o Grêmio, no Mineirão.
O Atlético-MG alterou bastante seu time, com 11 reforços. Seu desempenho teve leve queda, de 56,1% para 53,3% entre os dois turnos do Nacional.


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