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Reforços e sorte criam aspirantes ao Nacional
Flamengo e Cruzeiro remontam seus times e sobem na tabela do Brasileiro
Palmeiras e Inter seguram base, contratam pouco e despencam no returno; Atlético-MG e São Paulo mantêm seu desempenho
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O planejamento do elenco e a
manutenção da base do time
têm sido exaltados por dirigentes como parte da fórmula para
ganhar títulos ou fazer campanhas bem-sucedidas. Não é o
que ocorre no atual Brasileiro.
Levantamento da Folha sobre os seis primeiros do campeonato mostra que os clubes
que mais contrataram e mais
utilizaram jogadores subiram
na tabela ou pelo menos se
mantiveram estáveis no segundo turno. Quem fez poucas alterações no grupo e na equipe
passou a sofrer na reta final.
A exceção é o São Paulo, que
volta à liderança com um empate, hoje, diante do Vitória. O
clube paulista pouco modificou
sua equipe -foram só três reforços e 26 atletas usados- e
teve campanha quase idêntica
nos dois turnos da competição.
Por isso, a diretoria repete seu
mantra sobre o planejamento.
"Se não é resultado direto [a
organização do clube], contribui bastante", analisou o vice
de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Mas, se antes era paradigma,
a fórmula são-paulina não serviu para os outros desta vez.
O Palmeiras adotou prática
similar à dos rivais. Só foram
quatro contratações, entre elas
o atacante Vagner Love. Apenas 32 jogadores atuaram pelo
time do Parque Antarctica.
O presidente do clube alviverde, Luiz Gonzaga Belluzzo,
fez força para não perder ninguém. Não tem dado certo.
Segundo no primeiro turno,
o Palmeiras tinha aproveitamento de 64,9% dos pontos.
No returno, obteve 45,8%.
Resultado: perdeu cinco
pontos de diferença na liderança e pode acabar a 35ª rodada
em quarto, após empatar com o
lanterna Sport em casa.
Mesmo caminho seguiu o Internacional. Foram só quatro
contratações. É verdade que
perdeu o ídolo Nilmar, mas, de
resto, a base foi mantida.
Seu desempenho era de
64,9% no primeiro turno. Caiu
para 35,6% no returno. Entra
na rodada em sexto lugar.
O Flamengo teve seu time
esfacelado por contusões e as
saídas de Ibson e Emerson. Teve de usar sete juniores no início do turno -no total, teve 38
atletas em campo. Deu certo.
O time melhorou de 47,7%
para 66,7% em seu aproveitamento de pontos no returno do
torneio. Está a dois pontos da
liderança. "Contratamos quem
chegou para jogar, como Álvaro
e Maldonado", contou o vice do
clube, Delair Dumbrosck. "Teve uma dose de sorte, porque o
Petkovic começou a jogar, e o
Zé Roberto se recuperou."
Destruído depois de perder a
Libertadores da América em
casa, o Cruzeiro se reinventou
após as saídas de Ramires e
Wagner. Contratou sete, como
os titulares Gilberto e Gil. No
total, usou 42 atletas.
Saltou de um aproveitamento de 38,6% no primeiro turno
para 71,1% no segundo. Hoje
pega o Grêmio, no Mineirão.
O Atlético-MG alterou bastante seu time, com 11 reforços.
Seu desempenho teve leve queda, de 56,1% para 53,3% entre
os dois turnos do Nacional.
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