São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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Rio descentraliza sedes e "coração" dos Jogos-16

Cidade terá instalações mais espalhadas pela área urbana do que suas três rivais

Candidatura carioca insiste na ampliação de metrô para ligar a zona sul à Barra da Tijuca, projeto que não saiu do papel durante o Pan-07

MARIANA BASTOS
MARIANA LAJOLO

DA REPORTAGEM LOCAL Entre as quatro candidatas aos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro é a que dispõe de um projeto menos compacto. Com instalações mais espalhadas pela cidade, pode ter aumentado o tempo de deslocamento entre as sedes das competições esportivas.
Segundo o dossiê da candidatura carioca, grande parte das arenas estará situada a um raio de 20 km do "coração dos Jogos", que será a Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
Relatório do COI (Comitê Olímpico Internacional) elaborado na primeira fase da disputa pelos Jogos já apontava o problema no projeto brasileiro.
As notas do Rio foram as piores entre as finalistas em dois quesitos relacionados ao deslocamento entre as sedes: distâncias e tempos de viagens e organização de transporte e gerenciamento de tráfico.
"Devido à sua topografia particular e ao desenvolvimento urbano ao redor do Parque Nacional da Tijuca, as distâncias entre quatro zonas olímpicas do Rio são relativamente longas", afirmava o documento.
O plano brasileiro prevê praças esportivas distribuídas em quatro zonas: Barra, Deodoro (situado a um raio de 15 km a 20 km da Barra), Maracanã (entre 20 km e 25 km) e Copacabana (entre 25 km e 30 km).
Tóquio, por sua vez, apresentou o projeto mais centralizado entre as quatro concorrentes: 95% das sedes esportivas estarão localizadas em um raio de 8 km do Estádio Olímpico.
Em Madri, 85% das instalações estarão a um raio de 15 km da Vila Olímpica. Além disso, 25 das 30 sedes ficarão a 10 km do centro da cidade, próxima da principal zona hoteleira.
A capital espanhola não prevê gasto adicional com infraestrutura de transporte, uma vez que 26 de suas 28 sedes poderão ser alcançadas via metrô.
Já a candidatura de Chicago assegura que 85% das competições serão disputadas dentro de um área denominada "Anel Olímpico", cujo raio é de 8 km.
Além de não apresentar um projeto tão compacto quanto os de suas rivais, o Rio ainda possui uma infraestrutura de transporte deficiente em comparação às outras candidatas.
O metrô carioca, por exemplo, é composto de apenas duas linhas, muito pouco se comparada com qualquer uma das redes das concorrentes aos Jogos.
O projeto do Pan-2007 previa que a linha subterrânea se estenderia até a Barra, algo que nunca saiu do papel. Com a candidatura olímpica, o projeto de ligar a zona sul à Barra voltou a entrar no plano.
Na última quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral assinaram convênio entre o município e o Estado do Rio para permitir que o metrô comercialize seus terrenos para obter recursos e iniciar as obras de extensão.
O dossiê carioca também prevê investimentos em trem rápido e ônibus expressos, além de obras viárias. O COI considera as alterações no transporte essenciais para reduzir o tempo gasto no percurso entre as instalações.


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