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Rio descentraliza sedes e "coração" dos Jogos-16
Cidade terá instalações mais espalhadas pela área urbana do que suas três rivais
Candidatura carioca insiste
na ampliação de metrô para
ligar a zona sul à Barra da
Tijuca, projeto que não saiu
do papel durante o Pan-07
MARIANA BASTOS
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre as quatro candidatas
aos Jogos Olímpicos de 2016, o
Rio de Janeiro é a que dispõe de
um projeto menos compacto.
Com instalações mais espalhadas pela cidade, pode ter aumentado o tempo de deslocamento entre as sedes das competições esportivas.
Segundo o dossiê da candidatura carioca, grande parte das
arenas estará situada a um raio
de 20 km do "coração dos Jogos", que será a Barra da Tijuca,
na zona oeste da cidade.
Relatório do COI (Comitê
Olímpico Internacional) elaborado na primeira fase da disputa pelos Jogos já apontava o
problema no projeto brasileiro.
As notas do Rio foram as piores entre as finalistas em dois
quesitos relacionados ao deslocamento entre as sedes: distâncias e tempos de viagens e organização de transporte e gerenciamento de tráfico.
"Devido à sua topografia particular e ao desenvolvimento
urbano ao redor do Parque Nacional da Tijuca, as distâncias
entre quatro zonas olímpicas
do Rio são relativamente longas", afirmava o documento.
O plano brasileiro prevê praças esportivas distribuídas em
quatro zonas: Barra, Deodoro
(situado a um raio de 15 km a 20
km da Barra), Maracanã (entre
20 km e 25 km) e Copacabana
(entre 25 km e 30 km).
Tóquio, por sua vez, apresentou o projeto mais centralizado
entre as quatro concorrentes:
95% das sedes esportivas estarão localizadas em um raio de 8
km do Estádio Olímpico.
Em Madri, 85% das instalações estarão a um raio de 15 km
da Vila Olímpica. Além disso,
25 das 30 sedes ficarão a 10 km
do centro da cidade, próxima
da principal zona hoteleira.
A capital espanhola não prevê gasto adicional com infraestrutura de transporte, uma vez
que 26 de suas 28 sedes poderão ser alcançadas via metrô.
Já a candidatura de Chicago
assegura que 85% das competições serão disputadas dentro
de um área denominada "Anel
Olímpico", cujo raio é de 8 km.
Além de não apresentar um
projeto tão compacto quanto
os de suas rivais, o Rio ainda
possui uma infraestrutura de
transporte deficiente em comparação às outras candidatas.
O metrô carioca, por exemplo, é composto de apenas duas
linhas, muito pouco se comparada com qualquer uma das redes das concorrentes aos Jogos.
O projeto do Pan-2007 previa que a linha subterrânea se
estenderia até a Barra, algo que
nunca saiu do papel. Com a
candidatura olímpica, o projeto
de ligar a zona sul à Barra voltou a entrar no plano.
Na última quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes e o governador Sérgio Cabral assinaram
convênio entre o município e o
Estado do Rio para permitir
que o metrô comercialize seus
terrenos para obter recursos e
iniciar as obras de extensão.
O dossiê carioca também
prevê investimentos em trem
rápido e ônibus expressos,
além de obras viárias. O COI
considera as alterações no
transporte essenciais para reduzir o tempo gasto no percurso entre as instalações.
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