São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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CBF quer reter Scolari e anuncia Falcão

FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BARCELONA

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmou ontem, em Barcelona (Espanha), que irá "bancar" qualquer eventual proposta financeira de clubes -europeus ou brasileiros- para manter Luiz Felipe Scolari no comando da seleção brasileira após a Copa.
Teixeira disse que Scolari terá poder para desenvolver um trabalho com todas as equipes da entidade, ao lado do ex-jogador Paulo Roberto Falcão, que assumirá no, segundo semestre deste ano, como a Folha antecipou em abril, o posto de diretor-geral de seleções.
"O Falcão será o diretor-geral, responsável pela coordenação de todas as seleções. Na minha cabeça está tudo certo para ele assumir após a Copa", disse o dirigente.
O ex-jogador só não assumiu o posto antes da Copa porque tem um contrato a cumprir com a emissora para a qual comenta.
O poder sobre todas as seleções é reivindicação antiga de Scolari, que garante deixar o posto que ocupa desde junho do ano passado logo após o final da Copa.
"Tenho certeza de que o Scolari quer ficar, mas estamos dispostos a bancar outras propostas para mantê-lo no comando", disse Teixeira, que ontem acompanhou o treino da seleção em Barcelona, onde a equipe enfrenta um selecionado da Catalunha (região espanhola) sábado à noite.
Ao justificar o empenho para manter o técnico, Teixeira incorporou o discurso de Scolari: "O Felipão está mudando a seleção brasileira. Hoje, o time é um grupo. Ele é um grande líder".
O dirigente disse ter apoiado a decisão de Scolari de deixar Romário fora da Copa e se incluiu na "família Scolari". "Eu sou da família. Por isso, dou todo o apoio a ela", disse, na beira do gramado do miniestádio do Barcelona.
Após conversar com os jornalistas, o dirigente, que neste ano ainda não apareceu na sede da CBF, foi para uma roda de piadas formada por Scolari e alguns atletas, como Rivaldo, Cafu e Denílson.
Em entrevista recente à Folha, Scolari afirmou que seu contrato com a CBF vai até o final da Copa: "Terminaram as obrigações da CBF: 'Ó, Felipão, aqui termina". Então tá bom. Porque eu já disse para vocês: o presidente determinou, eu vou cumprir".
As duas partes nunca divulgaram o valor do contrato, firmado em junho do ano passado. Scolari, porém, já disse que seu sonho é dirigir um clube europeu e foi "sondado" pelo La Coruña.
"Não vamos pôr fim ao trabalho do Felipão, que é o meu técnico, em tão pouco tempo. Ele vai ficar", disse Teixeira.
Em 1998, no entanto, o dirigente prometeu ao então treinador Zagallo que ele permaneceria no cargo após o final do Mundial.
Mas, mesmo como o vice-campeonato, Zagallo foi substituído por Wanderley Luxemburgo.
Em 1994, Carlos Alberto Parreira, campeão do Mundial dos EUA, recusou permanecer no cargo após o final da Copa. O mandato de Teixeira no cargo que ocupa desde de 1989 termina no final de 2003. O dirigente diz que não será candidato à reeleição.



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