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CBF quer reter Scolari e anuncia Falcão
FÁBIO VICTOR
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A BARCELONA
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, afirmou ontem, em Barcelona (Espanha), que irá "bancar" qualquer eventual proposta
financeira de clubes -europeus
ou brasileiros- para manter Luiz
Felipe Scolari no comando da seleção brasileira após a Copa.
Teixeira disse que Scolari terá
poder para desenvolver um trabalho com todas as equipes da entidade, ao lado do ex-jogador Paulo
Roberto Falcão, que assumirá no,
segundo semestre deste ano, como a Folha antecipou em abril, o
posto de diretor-geral de seleções.
"O Falcão será o diretor-geral,
responsável pela coordenação de
todas as seleções. Na minha cabeça está tudo certo para ele assumir
após a Copa", disse o dirigente.
O ex-jogador só não assumiu o
posto antes da Copa porque tem
um contrato a cumprir com a
emissora para a qual comenta.
O poder sobre todas as seleções
é reivindicação antiga de Scolari,
que garante deixar o posto que
ocupa desde junho do ano passado logo após o final da Copa.
"Tenho certeza de que o Scolari
quer ficar, mas estamos dispostos
a bancar outras propostas para
mantê-lo no comando", disse Teixeira, que ontem acompanhou o
treino da seleção em Barcelona,
onde a equipe enfrenta um selecionado da Catalunha (região espanhola) sábado à noite.
Ao justificar o empenho para
manter o técnico, Teixeira incorporou o discurso de Scolari: "O
Felipão está mudando a seleção
brasileira. Hoje, o time é um grupo. Ele é um grande líder".
O dirigente disse ter apoiado a
decisão de Scolari de deixar Romário fora da Copa e se incluiu na
"família Scolari". "Eu sou da família. Por isso, dou todo o apoio a
ela", disse, na beira do gramado
do miniestádio do Barcelona.
Após conversar com os jornalistas, o dirigente, que neste ano ainda não apareceu na sede da CBF,
foi para uma roda de piadas formada por Scolari e alguns atletas,
como Rivaldo, Cafu e Denílson.
Em entrevista recente à Folha,
Scolari afirmou que seu contrato
com a CBF vai até o final da Copa:
"Terminaram as obrigações da
CBF: 'Ó, Felipão, aqui termina".
Então tá bom. Porque eu já disse
para vocês: o presidente determinou, eu vou cumprir".
As duas partes nunca divulgaram o valor do contrato, firmado
em junho do ano passado. Scolari,
porém, já disse que seu sonho é
dirigir um clube europeu e foi
"sondado" pelo La Coruña.
"Não vamos pôr fim ao trabalho
do Felipão, que é o meu técnico,
em tão pouco tempo. Ele vai ficar", disse Teixeira.
Em 1998, no entanto, o dirigente
prometeu ao então treinador Zagallo que ele permaneceria no
cargo após o final do Mundial.
Mas, mesmo como o vice-campeonato, Zagallo foi substituído
por Wanderley Luxemburgo.
Em 1994, Carlos Alberto Parreira, campeão do Mundial dos
EUA, recusou permanecer no cargo após o final da Copa. O mandato de Teixeira no cargo que
ocupa desde de 1989 termina no
final de 2003. O dirigente diz que
não será candidato à reeleição.
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