São Paulo, segunda-feira, 15 de maio de 2006

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Técnico anuncia hoje os 23 para o Mundial; maioria está com ele desde a sua primeira convocação, em 2003

Fidelidade canina marca lista de Parreira

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma fidelidade canina. É assim a relação de Carlos Alberto Parreira com os jogadores que escolheu desde o início da sua gestão, há mais de três anos, para disputar a Copa da Alemanha.
Prova maior disso acontecerá hoje no Rio, às 11h30, quando ele vai anunciar os 23 jogadores que vão tentar o hexa para o Brasil.
Dos 22 nomes da primeira lista do treinador, para o amistoso contra a China, em 2003, 15 com quase certeza serão repetidos hoje. Esse número só não é maior porque na época daquela partida o zagueiro Lúcio estava machucado e Kaká foi poupado para jogos do São Paulo, seu clube então.
Nenhum treinador brasileiro que disputou uma Copa e assumiu o cargo com tanta antecedência foi tão fiel aos primeiros escolhidos. Luiz Felipe Scolari, por exemplo, só assumiu o time nacional um ano antes da Copa de 2002. Mas só oito dos chamados para a sua estréia, contra o Uruguai, também estiveram na Coréia do Sul e no Japão.
Não que Parreira tenha sido muito diferente de seus antecessores, que assumiram prometendo manter uma base mas acabam chamando um batalhão de jogadores, alguns, aliás, de qualidade bastante discutível.
Em 49 jogos, Parreira colocou 74 jogadores em campo. Mas, com exceção do volante Renato e do meia Alex, todos os outros que participaram de pelo menos 20 partidas serão chamados hoje, em um anúncio com poucas dúvidas.
Resta saber um reserva de Dida, o substituto de Roberto Carlos na lateral e um meia. Também falta saber se Roque Júnior, baleado em quase toda a temporada, não pode ser surpreendido na última hora e acabar preterido por Cris, do Lyon, na zaga.
Parreira peitou críticos para manter o grosso da sua primeira lista. Júlio César, por exemplo, patina até hoje na Itália, onde ficou um bom tempo na geladeira, mas é um que foi chamado para o jogo contra a China e estará na lista que será anunciada no Rio em grande estilo, com direito a nomes projetados em um telão e narração especial no lugar da tradicional leitura do treinador.
Com os titulares, a fidelidade foi ainda mais explícita. Dida falhou seguidamente no Milan nos últimos meses, mas em nenhum momento teve sua titularidade na seleção colocada em risco.
Quando assumiu, Parreira prometeu manter a base do time pentacampeão em 2002. Mas muitos dos integrantes daquela equipe foram deixados de lado em favor de preferidos do técnico.
Rivaldo, destaque na Ásia, não é chamado desde 2004. Kléberson, "invenção" de Scolari, é outro penta que ficou pelo caminho, assim como outros relativamente jovens, como o zagueiro Anderson Polga e o lateral Belletti.
Nessas vagas, Parreira resgatou velhos conhecidos e jogou suas fichas em poucos novatos.
Para o primeiro caso, o maior exemplo é Zé Roberto, homem de confiança total da dupla Parreira e Zagallo -este último o levou para a Copa de 1998, na França.
Com exceção de Ronaldinho, Edmílson e Gilberto Silva, que jogam na quarta-feira a final da Copa dos Campeões, os outros convocados hoje têm o descanso como ordem nesta semana. A seleção começa sua preparação na próxima segunda-feira, na Suíça.
A estréia na Copa acontece no dia 13 de junho, em Berlim, contra a Croácia. Até lá, só contusões podem mudar a lista de hoje.
NA TV - ao vivo, às 11h30, na Globo, Band, Record, Bandsports, Band News, Sportv e ESPN Brasil

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