São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

rasteiro

São Paulo deixa monotonia e ganha

Sem Jorge Wagner, equipe abandona as constantes jogadas aéreas e, no chão, supera o Fluminense na Libertadores

Time leva para o Rio, onde joga na semana que vem, vantagem do empate para se classificar às semifinais do torneio continental

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Adriano, que voltou a ser decisivo para o São Paulo nesta Taça Libertadores da América, incita a torcida ao fazer o gol do jogo contra o Fluminense, no Morumbi

RODRIGO MATTOS
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi sofrido, como sempre nesta Libertadores. O dono do gol foi Adriano, como na maioria das vezes no torneio. E, mais uma vez, a vantagem no Morumbi foi mínima.
Mas é preciso que se diga que o São Paulo abandonou o tom monótono de suas últimas atuações na vitória sobre o Fluminense, nas quartas da Libertadores. Literalmente, o time trocou a cabeça pelos pés.
Sem Jorge Wagner, cobrador das bolas paradas e autor de jogadas aéreas, restou ao time botar a bola no chão e enfrentar suas dificuldades no plano.
Foi premiado com, enfim, uma boa atuação de Dagoberto, que ajudou muito o time a sair da rotina. Até hoje visto como uma contratação fracassada, o atacante driblou, tabelou e chutou. Criou as melhores chances da equipe até sair, cansado.
Foi dele a jogada que resultou no solitário gol de Adriano, aos 20min do primeiro tempo. Saíram dele tabelas pelo meio, na maior parte das vezes tendo o companheiro de ataque ao seu lado. E foram dele dois chutões no início do segundo tempo que levantaram a torcida.
Não por acaso a torcida gritou seu nome, quando ainda estava em campo e quando saiu. E não à toa o Fluminense passou a pressionar com mais intensidade após sua saída, já que o time tinha mais dificuldades para reter a bola na frente. E levou a equipe de volta aos bicões.
Mas, na maior parte do tempo, os companheiros seguiram Dagoberto na preferência pelo toque de bola. Foi possível ver Hernanes e Hugo tentando municiar o ataque em bolas rasteiras. E lá estava um Adriano procurando jogadas pelas laterais, com passes pelo chão.
Até os laterais, volantes e zagueiros, embora bem menos ofensivos, privilegiaram as bolas rasteiras em detrimento dos rotineiros "chuveirinhos".O time só lembrava o velho São Paulo quando havia um escanteio ou uma falta perto da área.
Superou o Fluminense no jogo em que o rival é mais eficiente. Afinal, o adversário carioca tem os habilidosos Thiago Neves, Conca e Dodô, que não deram o trabalho esperado.
"É uma vantagem. Não tomamos gol em casa", lembrou Hernanes, em referência ao fato de o gol fora valer mais para possível desempate. Aliás, em cinco jogos, os são-paulinos só levaram um gol no Morumbi.
Pela quinta vez nesta Libertadores, o São Paulo saiu vitorioso de seu estádio. Pelo seu retrospecto fora, é um grande alento: o São Paulo só perdeu uma partida fora. Agora, pode empatar no Maracanã -ou até perder por um gol, desde que balance também as redes.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Como de hábito, Adriano faz gol, e São Paulo vence
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.