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Mineiro que quase ficou de fora leva a prata
Rubinho só foi convocado após pressão de outros ciclistas para mudança de critério; Jaqueline Mourão decepciona e chega em 4º
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Recebido como herói após
conquistar a medalha de prata
na chegada do mountain bike,
ontem, no morro do Outeiro,
Rubens Valeriano, 27, quase
não pôde competir no Pan.
Líder do ranking nacional e
campeão brasileiro, Rubinho,
como é conhecido, não foi chamado inicialmente pela Confederação Brasileira de Ciclismo.
A CBC estabeleceu que a seletiva para o mountain bike seria o Sul-Americano de 2006,
na Argentina. Com isso, Edivando Cruz, prata no Pan-03, e
Ricardo Pscheidt, quinto colocado na prova ontem, os únicos
brasileiros que competiram lá,
chegaram a ser anunciados.
De acordo com Rubinho, a
mudança de critério só ocorreu
após pressão dos ciclistas.
"Ninguém achou isso legal.
Mas não desisti. Fui ao Canadá
treinar, participei de uma etapa
da Copa do Mundo, fui o melhor brasileiro e ganhei a vaga."
A confederação voltou atrás,
estabelecendo a prova canadense, como classificatória.
Nela, Rubinho ficou em 26º e
acabou chamado. "Fiquei sabendo que iria ao Pan duas semanas antes do prazo final de
inscrição. Isso prejudicou
meus treinos."
José Luiz Vasconcellos, presidente da CBC, afirma que
Cruz foi chamado inicialmente,
mas que a entidade não havia
descartado seus concorrentes.
"O Rubinho está sendo injusto. Acontece que os quatro melhores do ranking nacional estão em uma situação de muita
igualdade", afirma o dirigente.
Na prova de ontem, Rubinho
despontou em segundo lugar,
perseguindo o norte-americano Adam Craig, que terminou
em primeiro em 2h05min21.
Pscheidt fez jogo de equipe
com o brasileiro, segurando os
adversários. "Tentei atacar a
três voltas do final, mas não deu
certo. O importante é que o Rubinho trouxe medalha para o
Brasil", relatou o catarinense.
Rubinho dedicou a prata a
Pscheidt e pediu desculpas ao
companheiro de quarto. "Estava gripado, acordei às 5h e não
consegui dormir mais", relatou.
O medalhista teve até torcida
particular, vinda de Monte
Santo de Minas, sua cidade natal. "Vieram 17 pessoas. Mas só
não veio mais gente porque não
conseguimos ingresso", disse
Tatiana, mulher do ciclista.
No feminino, Jaqueline
Mourão, 30, que prometeu pelo
menos o bronze, decepcionou.
Ela foi a quarta colocada, atrás
de Catharine Pendrel (Canadá), Mary McConneloug (EUA)
e Laura Macouzet (México).
"Por causa da chuva, reduziram a parte técnica e houve
muitas retas. Nas subidas e descidas fui bem. Mas a mexicana
compensava no plano, já que
ela é uma ciclista que veio de
[provas de] estrada." Alguns
pontos estavam enlameados,
resultado das chuvas de quarta.
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