São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mineiro que quase ficou de fora leva a prata

Rubinho só foi convocado após pressão de outros ciclistas para mudança de critério; Jaqueline Mourão decepciona e chega em 4º

ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Recebido como herói após conquistar a medalha de prata na chegada do mountain bike, ontem, no morro do Outeiro, Rubens Valeriano, 27, quase não pôde competir no Pan.
Líder do ranking nacional e campeão brasileiro, Rubinho, como é conhecido, não foi chamado inicialmente pela Confederação Brasileira de Ciclismo.
A CBC estabeleceu que a seletiva para o mountain bike seria o Sul-Americano de 2006, na Argentina. Com isso, Edivando Cruz, prata no Pan-03, e Ricardo Pscheidt, quinto colocado na prova ontem, os únicos brasileiros que competiram lá, chegaram a ser anunciados.
De acordo com Rubinho, a mudança de critério só ocorreu após pressão dos ciclistas. "Ninguém achou isso legal. Mas não desisti. Fui ao Canadá treinar, participei de uma etapa da Copa do Mundo, fui o melhor brasileiro e ganhei a vaga."
A confederação voltou atrás, estabelecendo a prova canadense, como classificatória.
Nela, Rubinho ficou em 26º e acabou chamado. "Fiquei sabendo que iria ao Pan duas semanas antes do prazo final de inscrição. Isso prejudicou meus treinos."
José Luiz Vasconcellos, presidente da CBC, afirma que Cruz foi chamado inicialmente, mas que a entidade não havia descartado seus concorrentes.
"O Rubinho está sendo injusto. Acontece que os quatro melhores do ranking nacional estão em uma situação de muita igualdade", afirma o dirigente.
Na prova de ontem, Rubinho despontou em segundo lugar, perseguindo o norte-americano Adam Craig, que terminou em primeiro em 2h05min21.
Pscheidt fez jogo de equipe com o brasileiro, segurando os adversários. "Tentei atacar a três voltas do final, mas não deu certo. O importante é que o Rubinho trouxe medalha para o Brasil", relatou o catarinense.
Rubinho dedicou a prata a Pscheidt e pediu desculpas ao companheiro de quarto. "Estava gripado, acordei às 5h e não consegui dormir mais", relatou.
O medalhista teve até torcida particular, vinda de Monte Santo de Minas, sua cidade natal. "Vieram 17 pessoas. Mas só não veio mais gente porque não conseguimos ingresso", disse Tatiana, mulher do ciclista.
No feminino, Jaqueline Mourão, 30, que prometeu pelo menos o bronze, decepcionou. Ela foi a quarta colocada, atrás de Catharine Pendrel (Canadá), Mary McConneloug (EUA) e Laura Macouzet (México).
"Por causa da chuva, reduziram a parte técnica e houve muitas retas. Nas subidas e descidas fui bem. Mas a mexicana compensava no plano, já que ela é uma ciclista que veio de [provas de] estrada." Alguns pontos estavam enlameados, resultado das chuvas de quarta.


Texto Anterior: Ausência de 1ª medalha e Lula frustra políticos
Próximo Texto: Luta eletrizante frustra brasileiro e plano de carreira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.