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Ex-tratador de cavalos é sexto na abertura do adestramento
Órfão de pai e filho de doméstica, Clementino começou a montar há 5 anos
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Filho de uma doméstica, irmão de um servente, ex-tratador de cavalos. Rogério Clementino, 25, superou a infância
humilde em Itacuru (MS) para
chegar ao Pan-Americano.
Ontem, no primeiro dia do
adestramento, ele terminou
em sexto lugar entre 14 participantes. A disputa prossegue
hoje, a partir das 9h, com os 13
competidores restantes.
Os resultados desta manhã,
somados aos de ontem, definirão o pódio por equipes e os
classificados para a final individual, amanhã e na quarta-feira.
A meta do time nacional é
chegar ao bronze. EUA e Canadá são os favoritos ao ouro. O
México aparece como terceira
força. Hoje, competem Renata
Costa, 27, e Luiza Almeida, 15.
As duas, além de Clementino,
são estreantes em Pans. "Fiquei um pouco ansioso, afinal
era a primeira vez", disse o cavaleiro, que montou Nilo Vo.
Ele monta há cinco anos.
"Era tratador e cuidava das
baias. Surgiu a oportunidade de
montar, comecei a domar e
abracei essa chance", conta.
"Sempre tive vontade de participar de um GP [grande prêmio], mas não achava que estaria aqui [no Pan], tão cedo."
Hoje, ele mora no haras de
José Victor Oliva em Araçoiaba
da Serra (SP). "Agora, consigo
viver do hipismo. Preparo os
cavalos do haras e tenho até um
ajudante. Monto uns oito cavalos por dia, uma hora cada um."
Órfão de pai -morto quando
Clementino tinha dois anos-,
diz que dificuldades o fizeram
amadurecer cedo. "Sempre tive
de correr atrás das coisas."
No primeiro dia do adestramento, ele somou 64,75 pontos. A melhor do dia foi Lauren
Sammis (EUA), com 71 pontos.
"Ainda tive uns errinhos que
posso corrigir", avaliou ele.
"Se a Renata e a Luiza mantiverem a pontuação do Rogério,
temos boas chances de medalha", avaliou a chefe da equipe
brasileira, Sabine Bilton.
A princesa Anne, da Inglaterra, chegou a Deodoro às 8h30 e
foi embora ao meio-dia.
Num carrinho de golfe, ela visitou as instalações de CCE
(concurso completo de equitação) e as baias. Não assistiu à
prova de adestramento.
A princesa -atleta olímpica
de hipismo em Montréal-76-
teve a vigilância de policiais federais, que a escoltaram.
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