São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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Ex-tratador de cavalos é sexto na abertura do adestramento

Órfão de pai e filho de doméstica, Clementino começou a montar há 5 anos

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Filho de uma doméstica, irmão de um servente, ex-tratador de cavalos. Rogério Clementino, 25, superou a infância humilde em Itacuru (MS) para chegar ao Pan-Americano.
Ontem, no primeiro dia do adestramento, ele terminou em sexto lugar entre 14 participantes. A disputa prossegue hoje, a partir das 9h, com os 13 competidores restantes.
Os resultados desta manhã, somados aos de ontem, definirão o pódio por equipes e os classificados para a final individual, amanhã e na quarta-feira.
A meta do time nacional é chegar ao bronze. EUA e Canadá são os favoritos ao ouro. O México aparece como terceira força. Hoje, competem Renata Costa, 27, e Luiza Almeida, 15.
As duas, além de Clementino, são estreantes em Pans. "Fiquei um pouco ansioso, afinal era a primeira vez", disse o cavaleiro, que montou Nilo Vo.
Ele monta há cinco anos. "Era tratador e cuidava das baias. Surgiu a oportunidade de montar, comecei a domar e abracei essa chance", conta.
"Sempre tive vontade de participar de um GP [grande prêmio], mas não achava que estaria aqui [no Pan], tão cedo."
Hoje, ele mora no haras de José Victor Oliva em Araçoiaba da Serra (SP). "Agora, consigo viver do hipismo. Preparo os cavalos do haras e tenho até um ajudante. Monto uns oito cavalos por dia, uma hora cada um."
Órfão de pai -morto quando Clementino tinha dois anos-, diz que dificuldades o fizeram amadurecer cedo. "Sempre tive de correr atrás das coisas."
No primeiro dia do adestramento, ele somou 64,75 pontos. A melhor do dia foi Lauren Sammis (EUA), com 71 pontos.
"Ainda tive uns errinhos que posso corrigir", avaliou ele.
"Se a Renata e a Luiza mantiverem a pontuação do Rogério, temos boas chances de medalha", avaliou a chefe da equipe brasileira, Sabine Bilton.
A princesa Anne, da Inglaterra, chegou a Deodoro às 8h30 e foi embora ao meio-dia.
Num carrinho de golfe, ela visitou as instalações de CCE (concurso completo de equitação) e as baias. Não assistiu à prova de adestramento.
A princesa -atleta olímpica de hipismo em Montréal-76- teve a vigilância de policiais federais, que a escoltaram.


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