São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pratas despertam reações distintas

Mulheres sorriem após ficar atrás dos EUA, e homens se aborrecem pela diferença de 0,3 ponto para porto-riquenhos

Equipe feminina sabia que seria duro bater americanas, e masculina lamenta passo largo no solo, considerado um dos pontos fortes do time

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Foram duas pratas distintas. Uma, sofrida, "quase ouro"; outra, esperada e confirmada.
As equipes de ginástica do Brasil viveram experiências distintas, saíram com o mesmo resultado e ainda não obtiveram o inédito ouro coletivo.
Um passo mais largo impediu o primeiro título masculino. A prata foi obtida com 0,3 ponto atrás de Porto Rico.
Já as meninas ficaram o tempo todo atrás dos EUA e terminaram mais de seis pontos atrás das campeãs.
Saíram com sorriso franco, cientes de que fizeram o que era possível. "Superamos o resultado de Santo Domingo", celebrou Daiane dos Santos, sobre o fato de o vice-campeonato também ser inédito. "O segundo lugar era o resultado que a gente meio que sabia que ia ser. Já sabíamos que seria muito difícil bater os EUA", disse ela. O México fechou o pódio.
O destaque do time feminino foi Jade Barbosa, que liderou no solo -Daiane foi terceira- e se classificou para a final dos quatro aparelhos e do individual geral -fechou o dia como a segunda mais bem colocada.
A reação da seleção feminina contrastou com a da masculina. Assim que foi confirmada a prata, em vez de vibração, os ginastas mostraram aborrecimento e caras fechadas.
"Quando o atleta dá um passo maior que a largura dos ombros, no solo, perde-se 0,3 ponto. Fez diferença", falou o técnico Leonardo Finco.
De fato, foi no solo, um dos principais aparelhos do conjunto nacional, que o Brasil errou mais. Três ginastas pisaram fora do limite do tablado.
Era o segundo aparelho da rotação da equipe, que se recuperou depois e ameaçou o título de Porto Rico -que competira mais cedo- até a última apresentação do último ginasta no derradeiro aparelho.
"Não pensava que o Brasil fosse se aproximar tanto. No momento em que o último atleta se apresentou nas paralelas, pensei que eles nos passariam. Meu coração quase explodiu depois que saiu a nota e vi que não", disse José Camacho Rivera, técnico do time campeão, que nunca havia obtido um pódio por equipes na história do Pan. Os EUA levaram o bronze.
O fato de terem chegado tão perto da vitória entristeceu os brasileiros. "A equipe fez o melhor, os técnicos fizeram um ótimo trabalho. O problema, no final, foi ver a chance real de ouro. Foi muito próximo", disse Diego Hypólito, que avançou para as finais de solo e salto.
Houve até um esboço de reclamação, pois achavam que algumas apresentações deveriam ter recebido notas mais alta que as atribuídas ontem. "Para mim, minha barra e a do Guto [Luiz Augusto dos Anjos] poderiam ter sido mais altas. Ele tirou 15 e pouco na Copa do Mundo de Gent [Bélgica] com a mesma série. Agora, ficou com 14", comentou Mosiah Rodrigues, que depois aliviou.
"O pouco que ficamos do ouro mostra a melhora significativa que tivemos desde Santo Domingo", completou o gaúcho, que avançou, ao lado de Luiz, à final do individual geral.
Outra queixa dos brasileiros, que insistiam na necessidade de transformar o ginásio em La Bombonera, foi que esperavam um público mais expressivo. "Quem veio deu um bom incentivo. Mas poderiam ter vindo mais pessoas", disse Diego.
Não foram divulgados os números de público e renda da competição masculina, contrariando o Estatuto do Torcedor. Segundo o Co-Rio, estiveram no evento 6.192 pessoas. A arena abriga até 13 mil.


Texto Anterior: Ex-tratador de cavalos é sexto na abertura do adestramento
Próximo Texto: Daiane e Victor machucam tornozelo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.