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Por euros, São Paulo estuda ter filial em SC
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Único dos clubes grandes paulistas a não ter uma equipe B, o
São Paulo pretende alugar um
clube de Santa Catarina para abocanhar fatia do mercado de venda
de atletas de "segunda linha".
O clube paulista, por meio de
seu superintendente de futebol,
Marco Aurélio Cunha, fez contato
com o Metropolitano Blumenau e
o Hercílio Luz, de Tubarão.
A federação catarinense também ofertou estadia ao São Paulo
na cidade de Balneário Camboriú.
A idéia é arrendar uma agremiação com boa estrutura para
divulgar atletas já pertencentes ao
São Paulo, que hoje conta com
cerca de 64 jogadores, boa parte
deles emprestados, mas com salários pagos pelo time do Morumbi.
Com o São Paulo B, o clube pretende entrar em um "filão" do
mercado dominado por equipes
médias do país que movimenta
milhões de dólares por ano.
"Hoje, o São Paulo tem no máximo 14 janelas, mas de seu time
principal. Se eu quiser vender um
atleta que pertence ao nosso elenco, mas não entra em campo, não
tenho como mostrá-lo. Então, o
clube europeu interessado compra o do Ituano [equipe que disputa a Série B do Brasileiro], por
exemplo", afirma Cunha.
A proposta são-paulina, inclui,
em um primeiro momento, um
contrato de locação de cinco anos
em que a "matriz" arca com as
despesas do futebol profissional.
De acordo com Marco Aurélio
Cunha, tanto o Blumenau como o
Hercílio Luz possuem dívidas pequenas e que já foram parceladas.
A opção por Santa Catarina se
deve às grandes colônias alemãs e
italianas da região, o que facilitaria a negociação de atletas com
dupla cidadania para o exterior.
O projeto inclui a aquisição de
atletas locais para identificar o
clube com a cidade escolhida.
Além disso, os cartolas avaliam
que no futebol catarinense seria
mais fácil chegar à elite.
"Lá a receptividade é muito boa.
E temos chance de disputar a segunda divisão do Estadual e ficaríamos mais perto da primeira divisão", diz o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa. "A
idéia me agrada. É uma boa solução para o nosso problema de excesso de jogadores parados."
De acordo com ele, o projeto
passará ainda por uma análise de
viabilidade financeira e até o final
do ano deverá estar concluído.
"Há muitos pontos positivos e
precisamos estudar se o custo-benefício de ser em Santa Catarina
será favorável", diz o diretor de
planejamento do clube, João Paulo Jesus Lopes. No levantamento
de Cunha, as despesas, incluindo
gastos com a comissão técnica e
alojamento para os atletas seriam
de R$ 50 mil mensais.
O São Paulo deverá negociar
também para a "nova" equipe espaços na camisa, que devem ser
primeiro oferecidos aos atuais patrocinadores do time principal.
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