São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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Por euros, São Paulo estuda ter filial em SC

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Único dos clubes grandes paulistas a não ter uma equipe B, o São Paulo pretende alugar um clube de Santa Catarina para abocanhar fatia do mercado de venda de atletas de "segunda linha".
O clube paulista, por meio de seu superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha, fez contato com o Metropolitano Blumenau e o Hercílio Luz, de Tubarão.
A federação catarinense também ofertou estadia ao São Paulo na cidade de Balneário Camboriú.
A idéia é arrendar uma agremiação com boa estrutura para divulgar atletas já pertencentes ao São Paulo, que hoje conta com cerca de 64 jogadores, boa parte deles emprestados, mas com salários pagos pelo time do Morumbi.
Com o São Paulo B, o clube pretende entrar em um "filão" do mercado dominado por equipes médias do país que movimenta milhões de dólares por ano.
"Hoje, o São Paulo tem no máximo 14 janelas, mas de seu time principal. Se eu quiser vender um atleta que pertence ao nosso elenco, mas não entra em campo, não tenho como mostrá-lo. Então, o clube europeu interessado compra o do Ituano [equipe que disputa a Série B do Brasileiro], por exemplo", afirma Cunha.
A proposta são-paulina, inclui, em um primeiro momento, um contrato de locação de cinco anos em que a "matriz" arca com as despesas do futebol profissional.
De acordo com Marco Aurélio Cunha, tanto o Blumenau como o Hercílio Luz possuem dívidas pequenas e que já foram parceladas.
A opção por Santa Catarina se deve às grandes colônias alemãs e italianas da região, o que facilitaria a negociação de atletas com dupla cidadania para o exterior.
O projeto inclui a aquisição de atletas locais para identificar o clube com a cidade escolhida.
Além disso, os cartolas avaliam que no futebol catarinense seria mais fácil chegar à elite.
"Lá a receptividade é muito boa. E temos chance de disputar a segunda divisão do Estadual e ficaríamos mais perto da primeira divisão", diz o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa. "A idéia me agrada. É uma boa solução para o nosso problema de excesso de jogadores parados."
De acordo com ele, o projeto passará ainda por uma análise de viabilidade financeira e até o final do ano deverá estar concluído.
"Há muitos pontos positivos e precisamos estudar se o custo-benefício de ser em Santa Catarina será favorável", diz o diretor de planejamento do clube, João Paulo Jesus Lopes. No levantamento de Cunha, as despesas, incluindo gastos com a comissão técnica e alojamento para os atletas seriam de R$ 50 mil mensais.
O São Paulo deverá negociar também para a "nova" equipe espaços na camisa, que devem ser primeiro oferecidos aos atuais patrocinadores do time principal.


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