São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Palmeiras estende prazo de validade do elenco

Erro no planejamento de 2008 faz cartolas apostarem em vínculos mais longos

Maioria dos atletas que tem atuado na atual temporada possui contrato, no mínimo, até término da competição continental do próximo ano

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se a próxima janela de transferências não atrapalhar, os planos do Palmeiras que luta pelo título nacional vão até o final da Libertadores de 2010.
Dos 24 jogadores que vêm atuando com mais frequência nesta temporada, a maioria (18) possui contrato até, no mínimo, julho do ano que vem.
O intuito dos dirigentes é evitar a perda de peças importantes durante a competição continental -apesar de ainda não estar classificado, ninguém no clube cogita a hipótese de o líder do Brasileiro não estar lá.
A confiança é tanta que o pensamento dos cartolas não se limita apenas a disputar a Libertadores, mas, sim, em chegar à decisão do campeonato.
Como 2010 será ano de Copa do Mundo, ocasião na qual a maioria das competições ao redor do mundo para por um mês, a final do mais nobre interclubes do continente americano deverá ser em agosto.
Por conta disso, os contratos dos palmeirenses que vencerão em julho contam com cláusulas que preveem extensão automática até o fim da Libertadores.
São os casos, por exemplo, do lateral-direito Figueroa, emprestado pelo Unión San Felipe, do Chile, e do atacante Vagner Love, cujos direitos pertencem ao CSKA, da Rússia.
"Por experiências anteriores, vimos que é melhor sempre concluir [o contrato] antes da segunda janela [de transferências]. É planejamento a médio prazo", diz o diretor de futebol palmeirense Genaro Marino.
Apesar de a frase de Marino estar no plural, a referência é clara ao ocorrido na virada de 2009 para este ano, quando o time ainda era comandado por Vanderlei Luxemburgo.
Do elenco de 2008, cerca de 11 atletas deixaram o clube. O próprio Luxemburgo admitiu que o planejamento saíra totalmente fora do roteiro inicial. E deixou claro que o foco em 2009 seria o Brasileiro, o que deixou muito cartola sedento pela Libertadores insatisfeito.
De fato, o time engrenou quase já na metade do Nacional, mesmo tendo passado pelas mãos de outros dois treinadores, o interino Jorginho e Muricy Ramalho, o atual.
Para não repetir no próximo ano o mesmo erro de reformular o grupo, apostou-se em vínculos mais duradouros com os atletas que chegaram nesta temporada ao CT palmeirense.
O zagueiro Maurício Ramos, por exemplo, tem contrato válido até dezembro de 2011. O empréstimo do lateral-esquerdo colombiano Armero termina em janeiro do mesmo ano.
"É impossível você fazer uma qualificação do elenco tendo de iniciar um novo a toda hora", afirma o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, que assumiu o clube em janeiro.
Belluzzo acredita que os vínculos mais longos protegem os clubes dos temidos "pré-contratos" que os jogadores podem assinar com qualquer outra agremiação seis meses antes do contrato vigente acabar.
"Para o jogador, não tem inconveniente nenhum, é um ganha-ganha. Por um lado, é a segurança do contrato mais longo. Mas isso não impede uma negociação", diz o presidente.
Os únicos cujos acordos acabam no final da atual temporada são: Jefferson, Danilo, Wil- lians, Robert, Obina e Ortigoza. Cada caso, de acordo com Bel-luzzo, será avaliado pelo departamento de futebol do clube.


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