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FUTEBOL
Vistoria no Brasil para a Copa começaria ontem à tarde sem levar em conta a competição de clubes
Para Fifa, Mundial não influi em 2006
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial ao Rio
Ter organizado o primeiro
Mundial de Clubes da história da
Fifa não significa nada. Pelo menos não para as pretensões do
Brasil de abrigar a Copa de 2006,
na disputa que trava com Inglaterra e Alemanha, os representantes europeus, e África do Sul e
Marrocos, os candidatos do continente africano.
De acordo com Michel Zen-Ruffinen, secretário-geral da entidade máxima do futebol, a organização do Mundial de Clubes
não será levada em conta na avaliação da candidatura brasileira.
Em entrevista à TV alemã, ele
diz que o torneio, apesar de "muito bem organizado", "não era laboratório para a Copa de 2006".
E é também o que afirma Alan
Rothenberg, responsável pela organização do Mundial dos EUA,
em 1994, e atual vice-presidente
da Fifa, o chefe da equipe que iniciaria ontem à tarde, em Porto
Alegre, a inspeção dos principais
estádios brasileiros.
Encabeçando uma comitiva de
seis pessoas -os outros são Yousef Al Serkal, Walter Sieber, Urs
Kneubuhler e Richard Read, todos da Fifa-, o norte-americano
irá preparar um relatório que servirá como base de avaliação das
possibilidades de o Brasil receber
a Copa.
Ele não nega, no entanto, que a
decisão, a ser tomada pelo Comitê
Executivo da entidade em julho,
na Suíça, tem uma "boa dose de
política".
O próprio presidente da Fifa, o
suíço Joseph Blatter, diz que defende a Copa na África do Sul não
por ser o país mais bem preparado para recebê-la, mas porque o
continente africano jamais abrigou um Mundial de futebol.
Ele reconhece, no entanto, que
os sul-africanos passam por sérios problemas na administração
do esporte, com agressões seguidas a jogadores, técnicos e dirigentes e campanha dos principais
clubes do país contra a candidatura a 2006.
Os ingleses e os alemães, pelo
menos de acordo com avaliação
preliminar da Fifa, estariam mais
indicados para abrigar o torneio.
A Europa, porém, já abrigou muitas competições recentes da entidade, como a Copa de 1982, na Espanha, a de 1990, na Itália, e a de
1998, na França.
No caso dos brasileiros, ajuda o
fato de o país ter recebido apenas
o Mundial de 1950, há 50 anos,
portanto, e de o continente sul-americano não ter abrigado mais
o torneio desde 1978, quando foi
realizado na Argentina.
Ajuda também o fato de Rothenberg ser forte aliado do brasileiro João Havelange, ex-sogro de
Ricardo Teixeira, o presidente da
Confederação Brasileira de Futebol, e presidente da Fifa entre
1974 e 1998.
A vistoria dos estádios brasileiros começaria ontem, na capital
gaúcha, quando a comissão visitaria o Beira-Rio, do Inter.
Para hoje, está programada visita ao estádio Joaquim Américo,
em Curitiba, e almoço com Rafael
Greca, ministro do Esporte e Turismo, e Jaime Lerner, governador do Paraná.
Amanhã haverá encontro com
Mário Covas, governador de São
Paulo, almoço com Zico, presidente do Comitê 2006, e, finalmente, vistoria do Morumbi.
Na terça, o grupo tem hora marcada com o presidente Fernando
Henrique Cardoso, no Congresso
Nacional, e na quarta volta ao Rio,
onde verá as instalações do estádio do Maracanã, encontrará o
governador Anthony Garotinho e
terá almoço com o prefeito Luiz
Paulo Conde.
Apesar de o Brasil ter indicado
outros estádios também para receber jogos da Copa de 2006, eles
só serão visitados mais tarde, caso
o país ganhe a disputa pelo segundo Mundial do próximo milênio.
Os estádios que serão analisados
agora pela comitiva foram escolhidos pela CBF.
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