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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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FUTEBOL

Buenos Aires, capital do Brasil-2014

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Para o Brasil, tanto faz se a Copa será em casa ou fora. Pela tradição que tem, a seleção brasileira pode ganhar o Mundial em qualquer lugar."
Em entrevista à coluna, Julio Grondona, vice-presidente da Fifa e presidente da federação argentina (AFA), ratificou a Copa de 2014 no território brasileiro.
"Nós (argentinos) não temos condições de organizar um torneio com 32 ou 36 seleções. O Brasil, sim, tem 12 ou 14 estádios em condições. E, além disso, são 180 milhões (habitantes) contra 35 milhões. Como presidente da AFA, posso dizer que a Copa de 2014 será mesmo no Brasil."
Amanhã, o Comitê Executivo da Conmebol pode sacramentar o que já está desenhado: a candidatura brasileira a sede do Mundial será solitária, uma vez que apenas países sul-americanos podem pleitear a organização do torneio.
"Se surgiu a idéia de candidatura conjunta de Chile e Argentina, não partiu da Argentina. Os custos de uma Copa em dois países são maiores. A Fifa sabe disso."
Mais que um voto, Grondona é a voz mais forte do continente e a única que poderia de fato tirar o Mundial-2014 das mãos da CBF.
"Pela condição de cinco vezes campeão e porque o Brasil não é sede desde 1950, vou particularmente propor a Copa no Brasil."
Nicolás Leoz, o presidente da Conmebol, muito raramente adota discurso diferente dos de Grondona e Ricardo Teixeira, que são os homens que mais apitam de fato no futebol sul-americano. E o discurso do argentino já aponta para as sedes posteriores.
"A rotatividade de continentes começará a valer mesmo após 2014. Não é certo a Copa ficar muito tempo longe da Europa por sua importância para o futebol. Se o rodízio já vale agora, o Mundial não voltaria à Europa antes de 2022. Isso não deve acontecer. Quanto a 2014, o Mundial foi dado à América do Sul por unanimidade. Isso não vai mudar."
A discussão sobre 32 ou 36 seleções na Copa do Mundo até cercará a reunião da Conmebol, mas a resposta está mesmo na Europa.
"Falei com Blatter ontem (terça-feira) e ele disse que dependia apenas de os organizadores aceitarem. Não me pareceu que ele rejeitou a idéia, como dizem."
Outra questão a ser tratada em Assunção é a Copa Sul-Americana, que interessa mais aos times brasileiros devido ao ranking polêmico criado pela Conmebol para distribuir convites ao torneio.
"Não tomei conhecimento de nenhum ranking de clubes argentinos. Mas aqui é mais fácil. Tem menos times, e o Independiente é de longe o que tem mais títulos."
Palmeiras, Vasco, Atlético-MG e Internacional ou Botafogo devem ser os mais novos representantes brasileiros na competição, uma série de seletivas nacionais.
O capital brasileiro está falando mais forte (emissora de TV, empresa de marketing, patrocinadores, clubes...) em quase todas as disputas no continente. Buenos Aires, ainda se recuperando de grave crise econômica e social, se rendeu aos fatos há bom tempo.
Mas os argentinos, como o simpático Grondona, mantêm a elegância e o prazer de se divertir nas praias brasileiras. Hasta 2014!

Manchester

Chegamos nesta semana à última rodada da última fase de grupos da Copa dos Campeões. Só o D está definido (não dá para imaginar a Juventus fora). No B, os quatro têm boas chances. Inter ou Newcastle (A) e Real Madrid e Borussia (C) jogam pelo sonho de ir à final em Manchester. Se você também tem esse sonho, a partir de amanhã pode adquirir ingressos no site da Uefa (www.uefa.com). Good luck!

Sevilha

A final da Copa da Uefa é mais humilde, mas todos os ingressos colocados à venda na internet já eram (e ninguém sabe quem vai à final).

Assunção

A Copa Sul-Americana é humilde (e poucos sabem quem jogará).

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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