São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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Gol pede um tempo no Paulista

Ricardo Nogueira
Vanderlei Luxemburgo, técnico do líder Santos, dono da média de 1,64 gol por partida, acompanha treino da equipe no CT Rei Pelé


Edição de 2006 tem a menor média desde 1996 e vai na contramão de outros Estaduais tradicionais do país, como o do Rio e o de Minas Gerais

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só na falta de apetite das bilheterias (média de cerca de 5.000 pagantes) que o Campeonato Paulista-2006 está em "dieta".
Com 14 das 19 rodadas realizadas, o torneio deixou de lado a fama de Estadual, entre os grandes do país, mais goleador do Brasil.
A média de gols atual, 3,04, é a mais baixa do certame desde 1996. A queda em relação ao ano passado é de 5% -e de 17% comparada com o ocorrido em 2001.
A situação vem se deteriorando. Na última rodada, a rede balançou só 25 vezes, recorde negativo numa jornada neste ano.
O Paulista vai na contramão de outros Estaduais de tradição. No Rio, a média (sem contar a rodada de ontem) está em 3,58, acréscimo de 22% em relação a 2005. No Mineiro, o crescimento nesta temporada é de quase 5%.
Símbolo maior da artilharia paulista é o Santos, líder do campeonato e que tem Vanderlei Luxemburgo, famoso por montar times que dão "espetáculo", na liderança do certame. O time litorâneo tem a modesta média de 1,64 tento por jogo. A última vez que um campeão paulista não superou a marca de dois tentos por partida foi em 1995, com o Corinthians de Marcelinho.
De lá para cá, a média dos ataques campeões foi de 2,51 (a edição de 2002, sem a presença dos grandes, não entrou no cálculo).
O próprio Luxemburgo já mostrou insatisfação com o desempenho ofensivo da sua equipe. "Claro que me preocupa. O regulamento está bem claro: pode-se definir a competição por saldo de gols. Não é que eu não queira fazer gols, mas não estamos conseguindo", disse o treinador, cujo clube ajuda, e muito, na falta de placares dilatados no Paulista.
Nenhuma das dez vitórias do Santos na competição foi por mais de três gols de diferença. Das 140 partidas de toda a competição, só 8, ou 6%, terminaram com placares dessa espécie.
A seca só não é mais grave porque Corinthians e São Paulo mantêm ataques goleadores. Sem os jogos desses dois clubes -nos quais a média de aproxima de quatro-, o Paulista-06 teria uma média de 2,87 tentos por partida.
Em um campeonato com menos gols, há um alento: o principal artilheiro deve superar, e com folga, os goleadores das edições passadas. Após 14 rodadas, o corintiano Nilmar soma 17 gols, a mesma marca obtida em 2005 por Finazzi, do América de Rio Preto.


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