Pato, 19, brilha no Milan, enquanto estaduais de SP, RJ e RS veem adolescentes e jovens despontarem como goleadores

Para vencer o Mogi Mirim e voltar ao G4 do Paulista, Santos conta com gols do prodígio Neymar, 17, e de Paulo Henrique, 19

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem

Neymar, 17, é abraçado por Molina (esq.) e Germano após seu 1º gol pelo Santos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No Sul, no Nordeste, no eixo Rio-São Paulo e, também na Europa, gol é assunto em 2009 para brasileiros ainda na adolescência ou recém-saídos dela.
Que o diga o Santos. Ontem, na vitória sobre o Mogi Mirim por 3 a 0, que levou o time de volta à zona da classificação às semifinais do Paulista, o time lançou Neymar, 17, pela primeira vez como titular e o viu marcar o primeiro gol como profissional -Paulo Henrique, 19, havia antes aberto o placar.
Eles são mais dois candidatos a engrossar a lista de jovens artilheiros do país, em um momento que a volta de Ronaldo, 32, à seleção brasileira domina até uma entrevista pós-convocação feita pelo técnico Dunga.
Três dos quatro principais estaduais do país têm como principal goleador atletas pelo menos dez anos mais jovem do que o centroavante corintiano.
No Paulista, o palmeirense Keirrison, 20, já marcou dez vezes. No Rio, Bruno Meneghel, 21, do modesto Resende, acumula nove gols. Batizado em homenagem ao ex-boxeador Mike Tyson, Taison, 21, do Internacional, lidera a artilharia do Gaúcho com dez tentos.
Em Pernambuco, Ciro, 19, do Sport, é o maior goleador do Estadual -também marcou na primeira vez que disputou uma partida pela Libertadores, e ainda fora do país, contra o Colo Colo, no Chile.
Em gramados europeus, é outro adolescente o brasileiro que mais gols marcou entre os que disputam as três principais ligas do continente -Espanha, Itália e Inglaterra.
Alexandre Pato, 19, do poderoso Milan, marcou duas vezes ontem contra o Siena. Ele tem agora 14 gols no Campeonato Italiano. Contando também a Copa da Uefa, ele balançou as redes em nove oportunidades neste ano em 12 jogos -a média de 0,75 por partida.
Pato trocou o Internacional quando tinha só 17 anos. O clube gaúcho recebeu U$ 20 milhões, pelo câmbio da época o equivalente a R$ 37,4 milhões.
Os clubes nacionais que hoje têm artilheiros precoces já armaram estratégias para também faturar alto numa futura negociação de seus astros.
A tática de quase todos é estender o contrato desses garotos, aumentando o salário deles em troca da estipulação de multas rescisórias milionárias.
O Santos, por exemplo, assinou com Neymar até 2014.
Os clubes estrangeiros dispostos a tirá-lo da Vila Belmiro terão que desembolsar quase R$ 90 milhões pelos direitos.
Ciro estendeu seu contrato com o Sport também até 2014. Para clubes estrangeiros, ele vale agora R$ 40 milhões.
Quando nem estava no time profissional, Taison tinha uma multa rescisória de US$ 20 milhões, valor que aumentou há poucas semanas, quando seu contrato foi estendido até a temporada de 2013.


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