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FUTEBOL
Conmebol marca reunião para tratar de racismo e espera relatórios do jogo para tomar atitude contra Desábato
América do Sul põe caso Grafite na pauta
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A prisão do zagueiro Desábato
por alegadas ofensas raciais contra o são-paulino Grafite motivou
a Conmebol a levar à sua cúpula o
debate sobre o racismo no futebol
sul-americano.
"Após os incidentes em São
Paulo, foi marcada um reunião do
Comitê Executivo da Conmebol
para o dia 28 de abril. Na pauta do
evento está a discussão sobre o racismo", informou à Folha o paraguaio Nestor Benítez, diretor de
comunicação da entidade que rege o futebol na América do Sul.
No evento, estarão presentes,
além dos dirigentes da entidade,
os presidentes de todas as confederações nacionais do continente.
"Foi uma situação inédita no futebol sul-americano. A Conmebol
condena todas as formas de violência, respeita e apóia a iniciativa
da Fifa de combater a discriminação. É um tema grave, que merece
tratamento firme", disse Benítez.
No mesmo sentido, Nicolás
Leoz, presidente da entidade, afirmou: "Não podemos admitir o racismo no futebol".
Benítez refutou a informação de
que a prisão de Desábato motivará sua expulsão automática da Taça Libertadores, conforme noticiado anteontem. Afirmou que a
Conmebol só tomará atitudes
contra o jogador a partir das informações da súmula da partida e
do relatório do delegado do jogo.
"Nenhuma providência será tomada, seja contra o zagueiro do
Quilmes, seja contra o são-paulino Grafite sem o informe do árbitro", disse, reiterando que os documentos oficiais ainda não chegaram à sede da entidade.
Benítez disse ainda que o argentino só será banido da Libertadores se os documentos oficiais do
jogo tiverem "evidências claras"
da prática de racismo. E mostrou
cautela ao tratar de eventuais punições. "É importante atuarmos
de forma equânime. Não podemos nos arriscar a cometer uma
injustiça na busca pela justiça."
Já seu chefe foi menos comedido. Leoz repetiu que a entidade
aguarda os relatórios, mas antecipou: "Não há dúvida de que ele
será severamente punido".
Além de Leoz, os outros representantes da entidade sul-americana são Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Julio Grondona,
que comanda a Associação Argentina de Futebol (e vice da Fifa).
Anteontem, Teixeira emitiu nota oficial repudiando a atitude, e
Grondona minimizou a questão.
"O futebol é muito passional,
talvez estejam exagerando. Para
uns, é muito grave, para outros
não", disse o argentino.
Com agências internacionais
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