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Contra oito Estados, SP vira a caça no Brasileiro
Com mais estrelas, treinadores badalados e maior poder financeiro, grandes de São Paulo iniciam hoje o Nacional para tentar manter hegemonia que já dura dois anos no torneio
DA REPORTAGEM LOCAL
É São Paulo contra todos ou todos contra São Paulo. Tanto faz. A
geografia do principal campeonato de clubes do país, que começou
ontem, deve mostrar uma caça intensa aos paulistas.
Quatro deles, Corinthians, São
Paulo, Santos e Palmeiras, este último um pouco menos, largam
hoje no Campeonato Brasileiro
na mira dos adversários de Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais, Paraná, Ceará, Santa Catarina, Pernambuco e Goiás.
Outros dois paulistas no campeonato, o São Caetano e a Ponte
Preta, os menos badalados, não
têm pretensões de levantar a taça.
Poucas vezes na história do Nacional, as equipes do Estado mais
poderoso do Brasil pareceram tão
favoritas para ficar com o título.
Os maiores investimentos, as
principais estrelas, os técnicos
mais desejados, o atual campeão
brasileiro e o atual campeão mundial desfilam em São Paulo.
"Que eles são favoritos, não dá
para negar. Elencos bem definidos, bem preparados. Digo até
que São Paulo pode ter o seu primeiro tri pelos times que tem",
afirmou Vitório Pífero, vice de futebol do Internacional.
O gaúcho tem razão. Pela primeira vez, o Estado poderá vencer
o Brasileiro pelo terceiro ano consecutivo. Santos, em 2004, e Corinthians, no ano passado, ergueram o troféu. A façanha só foi obtida por cariocas, com Flamengo
(1982/1983) e Fluminense (1984).
Do Parque São Jorge e do Parque Antarctica devem sair os únicos boleiros que atuam no país
convocados para a Copa do Mundo, à exceção do paraguaio Ramírez, do Flamengo. Os corintianos
cederão Gustavo Nery, Ricardinho, Tevez e Mascherano.
Os palmeirenses devem ceder o
ainda baleado Marcos para a
equipe de Carlos Alberto Parreira
e Gamarra para a seleção paraguaia. No Morumbi, o são-paulino Rogério, o lateral Júnior e o
atacante Ricardo Oliveira também sonham com uma vaga.
No banco de reservas, outro diferencial dos paulistas. O santista
Vanderlei Luxemburgo e o palmeirense Emerson Leão são os
treinadores com mais jogos a iniciar esta edição do torneio.
Luxemburgo, por sinal, volta a
disputar a competição por pontos
corridos na qual se tornou especialista ao vencer os Brasileiros de
pontos corridos em 2003 e 2004.
No ano passado, o treinador teve passagem apagada pelo Real
Madrid e acabou demitido. Vai
estrear hoje no Nacional com
mais um título, o do Paulista, em
sua extensa galeria de troféus.
O contraponto é o corintiano
Ademar Braga, que comandará
pela primeira vez uma equipe em
Brasileiros. E não é qualquer time.
Nas mãos do ex-auxiliar está o
elenco mais caro do país, que tenta o bicampeonato. "Eu aposto tudo no meu time. Mas isso não é favoritismo, é confiança", diz.
"Eles são favoritos, mas nem
sempre o favorito vence. O Paulista é um exemplo. Corinthians e
São Paulo eram favoritos, mas o
Santos ganhou", afirma o técnico
do Vasco, Renato Gaúcho.
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