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FUTEBOL
Contra o Flamengo, time começa outra vez luta para acabar com jejum
São Paulo usa Muricy para sanar "vícios" nacionais
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
É inegável que o são-paulino é,
hoje, um torcedor feliz. Ostenta
um tricampeonato mundial único no país, levou o Paulista em
2005 e não vive jejum de títulos.
Mas, entre eventuais soberanias
no Estadual e o emparelhamento
com as grandes forças mundiais,
o São Paulo criou uma lacuna de
15 anos sem reinar no cenário nacional. O último Brasileiro foi em
1991. A Copa do Brasil nunca veio.
Negligência em campeonatos
longos? Outras prioridades? Em
15 anos, muitos motivos se confundem. Certa, só a lacuna. Sua
maior em Nacionais, já que também ganhou em 1977 e 1986.
Nesta tarde, o time estréia em
casa no Morumbi, contra o Flamengo, às 16h. Tem diante de si,
mais uma vez, a encruzilhada de
estar na Libertadores e no Nacional. E a dúvida de poder render
nacionalmente com o mesmo brilho que dedica ao continente.
Cabe ao pragmático Muricy Ramalho liderar o time a uma mudança nessa história. Entende de
campeonatos longos. Levou o Inter ao vice no ano passado, com
chances até a última rodada.
Se o problema for a falta de hábito com um torneio de 38 rodadas, Muricy faz questão de dar um
bico. "Não gosto da palavra motivação. Se ainda precisa ser motivado um jogador que está com essa tradição, com toda essa estrutura e disputando títulos, ele está
mal na carreira. Todo mundo
quer estar aqui."
Ok, Muricy, deixemos a palavra
"motivação" de lado. Mas você
diz isso a eles? "Todos os dias. Eles
precisam ter essa consciência."
Ciente de que comanda homens, e não máquinas, Muricy faz
questão de não estabelecer metas
agora. Antes, espera para ver.
"Quando a bola rola, todo mundo quer ganhar. Mas chega uma
hora em que vamos ter que ver
onde estamos melhor, e ver as
prioridades do clube."
Há, porém, sinais semelhantes
aos sintomas de 2005. O time disputou o Paulista até o fim, novamente sem pré-temporada. A Libertadores vai bem, obrigado: o
time está classificado, mas há um
desgaste físico iminente.
Sem falar que, assim como Luizão, o centroavante que saiu com
o fim da Libertadores, Ricardo
Oliveira chega com garantia até a
última final continental. Tudo
bem, a taça latino-americana é superlegal e um tetra faria o são-paulino sorrir com os molares,
mas e essa lacuna?
Para Muricy, o planejamento
está no caminho certo. "Temos
um plantel. Não se ganha Brasileiro só com 11 titulares. Pode até começar bem, mas depois começa a
machucar, a levar cartão amarelo
e perde a força."
Diante do Flamengo, o planejamento antes da encruzilhada já
terá seu primeiro teste: o São Paulo não terá o volante Josué e o
meia Danilo, ambos com dores
musculares.
NA TV - Globo e Record
(menos SP), ao vivo, às 16h
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