São Paulo, domingo, 16 de abril de 2006

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FUTEBOL

Contra o Flamengo, time começa outra vez luta para acabar com jejum

São Paulo usa Muricy para sanar "vícios" nacionais

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

É inegável que o são-paulino é, hoje, um torcedor feliz. Ostenta um tricampeonato mundial único no país, levou o Paulista em 2005 e não vive jejum de títulos.
Mas, entre eventuais soberanias no Estadual e o emparelhamento com as grandes forças mundiais, o São Paulo criou uma lacuna de 15 anos sem reinar no cenário nacional. O último Brasileiro foi em 1991. A Copa do Brasil nunca veio.
Negligência em campeonatos longos? Outras prioridades? Em 15 anos, muitos motivos se confundem. Certa, só a lacuna. Sua maior em Nacionais, já que também ganhou em 1977 e 1986.
Nesta tarde, o time estréia em casa no Morumbi, contra o Flamengo, às 16h. Tem diante de si, mais uma vez, a encruzilhada de estar na Libertadores e no Nacional. E a dúvida de poder render nacionalmente com o mesmo brilho que dedica ao continente.
Cabe ao pragmático Muricy Ramalho liderar o time a uma mudança nessa história. Entende de campeonatos longos. Levou o Inter ao vice no ano passado, com chances até a última rodada.
Se o problema for a falta de hábito com um torneio de 38 rodadas, Muricy faz questão de dar um bico. "Não gosto da palavra motivação. Se ainda precisa ser motivado um jogador que está com essa tradição, com toda essa estrutura e disputando títulos, ele está mal na carreira. Todo mundo quer estar aqui."
Ok, Muricy, deixemos a palavra "motivação" de lado. Mas você diz isso a eles? "Todos os dias. Eles precisam ter essa consciência."
Ciente de que comanda homens, e não máquinas, Muricy faz questão de não estabelecer metas agora. Antes, espera para ver.
"Quando a bola rola, todo mundo quer ganhar. Mas chega uma hora em que vamos ter que ver onde estamos melhor, e ver as prioridades do clube."
Há, porém, sinais semelhantes aos sintomas de 2005. O time disputou o Paulista até o fim, novamente sem pré-temporada. A Libertadores vai bem, obrigado: o time está classificado, mas há um desgaste físico iminente.
Sem falar que, assim como Luizão, o centroavante que saiu com o fim da Libertadores, Ricardo Oliveira chega com garantia até a última final continental. Tudo bem, a taça latino-americana é superlegal e um tetra faria o são-paulino sorrir com os molares, mas e essa lacuna?
Para Muricy, o planejamento está no caminho certo. "Temos um plantel. Não se ganha Brasileiro só com 11 titulares. Pode até começar bem, mas depois começa a machucar, a levar cartão amarelo e perde a força."
Diante do Flamengo, o planejamento antes da encruzilhada já terá seu primeiro teste: o São Paulo não terá o volante Josué e o meia Danilo, ambos com dores musculares.


NA TV - Globo e Record (menos SP), ao vivo, às 16h


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