São Paulo, sexta, 16 de abril de 1999

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Miranda dirige subcomissão anti-Lei Pelé

FÁBIO VICTOR
da Reportagem Local

O deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ), vice-presidente de futebol do Vasco da Gama, foi eleito ontem presidente da Subcomissão de Desporto da Câmara dos Deputados.
Vinculada à Comissão de Educação, Esporte e Cultura, a subcomissão é, em tese, um fórum para discutir questões específicas do desporto nacional, mas funcionará, na verdade, como o quartel-general dos grandes clubes para modificar a Lei Pelé.
Na eleição de ontem, Miranda bateu o deputado Zezé Perrela (PFL-MG), presidente do Cruzeiro. Cada um recebeu quatro votos, mas, pelo regimento interno da Câmara, o dirigente vascaíno levou por ser mais antigo na Casa.
Miranda está no seu segundo mandato, enquanto Perrela é novato no Congresso.
O presidente cruzeirense foi prejudicado pela ausência dos deputados Evandro Milhomen (PSB-AP) e Ester Grossi (PT-RS), que completariam os dez membros da subcomissão e deveriam votar nele -como o fizeram três dos deputados de esquerda do grupo.
Miranda teve os votos de Ademir Lucas (PSDB-MG), Flávio Arns (PSDB-PR) e Eber Silva (PDT-RJ), além de seu próprio.
Votaram em Zezé Perrela os deputados Gilmar Machado (PT-MG), Agnelo Queiroz (PC do B-DF) e Pedro Wilson (PT-GO).
Segundo o dirigente mineiro, entretanto, foi feito um acordo para que não haja divergências na condução da subcomissão: Perrela ficará como vice de Miranda até o próximo ano, quando assumirá a presidência. "Não houve derrota minha nem vitória dele. Negociamos para não haver briga", disse.
Os dois deputados têm quase as mesmas opiniões sobre a Lei Pelé.
Na subcomissão, tentarão juntos derrubar alguns dos principais pontos da lei aprovada em 98, como o fim do passe e a obrigatoriedade de os clubes se transformarem em empresas.
Os dirigentes alegam que os pontos prejudicam os clubes, criando uma concorrência desleal com o mercado externo.
"Temos que mudar antes de começar a vigorar (o clube-empresa em 2000 e o fim do passe em 2001), senão veremos uma evasão de atletas para o exterior", disse Perrela.



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