São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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aos 45min

Bola parada livra seleção de tropeço contra o Egito

Zaga falha, mas Kaká, no fim, define vitória na estreia na Copa das Confederações

Brasil 4
Egito 3


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Telão do Free State Stadium mostra o técnico Dunga, no momento em que o Brasil e Egito empatavam em 3 a 3, em Bloemfontein

EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A BLOEMFONTEIN

Um recorde de gols sofridos na era Dunga. E um choro recordista para justificá-los.
Foi assim a estreia da seleção brasileira na Copa das Confederações da África do Sul, em uma vitória, por 4 a 3, contra o Egito, em Bloemfontein, marcada por erros defensivos e construída no ataque basicamente na bola parada.
Foi a primeira vez em 41 jogos do Brasil sob o comando de Dunga que o time sofreu mais de dois gols. Neste ano, antes do duelo de ontem, o time havia sido vazado apenas duas vezes em cinco partidas disputadas.
Maior jogador do time nos últimos meses, Júlio César dessa vez foi inseguro. Dupla de zaga com fama de excelência, Juan e Lúcio bateram cabeça contra os egípcios. Os volantes Gilberto Silva e Felipe Melo falharam na proteção à zaga. E os atacantes pouco ajudaram a controlar as investidas do time bicampeão africano.
Para justificar tal desempenho, Dunga e seus atletas fizeram um rosário de queixas.
"Nós tivemos um desgaste muito grande nos últimos dois jogos, uma viagem de 12 horas, os jogadores não dormiram direito", falou Dunga, que mais uma vez ficou irritado em entrevista coletiva, desta vez quando questionado por um egípcio sobre onde estava a técnica brasileira.
"Eu me sinto um pouco cansado, não vou mentir não", disse Júlio César. "O time todo está cansado. A gente não tem o tempo ideal de férias", afirmou Robinho. "No outro dia, estava um calor danado no Recife. Aqui, está muito frio", apontou Gilberto Silva. "A gente não conseguiu dormir bem. São detalhes que também interferem no campo", falou Kaká.
No primeiro tempo, pelo menos, os brasileiros não deram mostras de que esses problemas lhes afetariam tanto em Bloemfontein na estreia.
Kaká, em bela jogada individual, pôs o time em vantagem logo aos 5min. Mas, quatro minutos depois, a defesa mostrou que, dessa vez, seria problema: livre, Zidan empatou de cabeça.
Só que a bola parada brasileira no ataque estava afiada. Aos 12min, Luis Fabiano, depois de cobrança de falta de Elano, desviou com a cabeça para colocar o time em vantagem. Aos 37min, após cobrança de escanteio de Elano, Juan fez o terceiro, também de cabeça.
Mas, logo no início do segundo tempo, bastaram menos de dois minutos para o recorde negativo da defesa com Dunga ser batido. Aos 9min, Shawky, da entrada da área, descontou. No minuto seguinte, Zidan tocou na saída de Júlio César para empatar -na comemoração, os egípcios beijaram o gramado do Free State Stadium.
Só que a bola parada, de novo, evitou que a estreia brasileira, além de ruim tecnicamente, fosse também negativa em termos de resultados.
Aos 45min, depois de polêmica marcação de pênalti pelo juiz inglês Howard Webb, Kaká decretou o triunfo do time nacional. "É importante estrear com vitória", afirmou o novo jogador do Real Madrid.
O Brasil volta a campo na quinta-feira, quando enfrenta a Itália, em Pretória.


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