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AÇÃO
X-Games X
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Em 93, andando pelas ruas de
Providence, Rhode Island,
EUA, o produtor da ESPN americana, Ron Semiao, viu-se cercado
por jovens que ziguezagueavam
com seus skates e que tinham um
jeito muito particular de se vestir
e se portar. Como executivo de
mídia, ele sabia que aquele era o
público-alvo mais difícil de ser fisgado. Ali mesmo lhe ocorreu: e se
criássemos uma Olimpíada para
esses infiéis consumidores?
Nascia a idéia para o primeiro
The Extreme Games, escrito assim mesmo e realizado dois anos
mais tarde pela ESPN na pequenina Providence.
Nesses dez anos muita coisa
mudou nos X-Games, a começar
pelo próprio título. O conceito de
Olimpíada feita para a TV, com
as imagens editadas de forma dinâmica e exibidas semanas mais
tarde, foi sendo substituído pelo
de megashows, com grande público nas arenas e exibição ao vivo.
Os esportes também mudaram
bastante. O skysurf que fazia todo
o sentido no formato televisivo
perdeu força quando a torcida
presente nas provas ganhou importância. O mesmo aconteceu
com a corrida de aventura, organizada por Mark Burnett na primeira edição e que teve melhor
sorte com a criação de reality
shows, como o Survivor.
Apesar dos ajustes que se fizeram necessários, o sucesso foi meteórico e na segunda edição, já
com patrocinadores de peso, cerca
de 30 mil pessoas assistiram às
provas. Tony Hawk virou ídolo
mundial, e a rede NBC se mexeu
para lançar, em 99, o concorrente
Gravity Games, cuja sexta edição
começou ontem em Cleveland.
Durante a realização da décima edição dos X-Games, no início
de agosto, 300 mil pessoas estiveram em Los Angeles assistindo
aos Jogos. O skatista Sandro Dias,
executando um 900º perfeito, ficou com o ouro e entrou para a
galeria dos ícones dos X-Games,
juntando-se aos brasileiros Bob
Burnquist, que tem nove pódios
na competição e, Fabíola da Silva, a mulher mais premiada da
história do evento (sete ouros).
Hoje a marca X-Games tem
uma série de competições mundo
afora, uma rádio, dezenas de skate parks espalhados pelos EUA e
pela Europa e uma infinidade de
produtos à venda. Mas o mais importante é que os X-Games se tornaram parâmetro para o desenvolvimento dos esportes.
Os atletas guardam suas melhores e mais arriscadas manobras
para, aproveitando toda a estrutura disponibilizada e a audiência mundial, executá-las nos Jogos. O skate big air apresentado
neste ano é o melhor exemplo e
recolocou o skate entre os esportes
mais radicais. Numa rampa de
altura de nove andares, seis, só
seis atletas, os melhores do mundo, entre eles Burnquist, saltavam
sobre um vão gigante para pousar
em outra rampa que terminava
num quarterpipe com cerca de 8
m, onde finalizavam com uma
manobra aérea.
Bem, se você não entendeu, a
ESPN Brasil segue apresentando
especiais sobre os X-Games. No
dia 22, o repórter Formiga entrevista Kelly Slater e Andy Irons, os
protagonistas na competição de
surfe, desde o ano passado entre
os esportes dos X-Games.
Jungle marathon na Amazônia
Começa no sábado no Parque Tapajós a segunda edição da ultramaratona, com 250 km e sete dias de limite de duração. Prova de auto-suficiência, cada atleta carrega alimentos, roupas e equipamentos.
Skate mundial vertical
Após vencer a oitava etapa do Circuito em Pomona e faturar a melhor manobra e o mais alto aéreo em Huntington, Sandro Dias embarcou para Cleveland, onde atua nos Gravity Games, tudo nos EUA.
Surfe e eleições
Duas provas foram antecipadas devido ao sufrágio. A decisiva etapa
do circuito feminino Petrobras começa no dia 31, no RJ. E o Billabong Pro Jr., seletiva para o Mundial, começa no dia 30, em SC.
E-mail sarli@trip.com.br
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