São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008 |
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JUCA KFOURI Um 0 a 0 pornográfico
A COLÔMBIA , a exemplo da torcida carioca, não está nem aí para a seleção brasileira. E, diferentemente do que fez a Bolívia no Engenhão, tratou de jogar de igual para igual no Maracanã. Era tudo que o time de Dunga deveria querer, porque sobrava espaço para os contra-ataques. Mas, quem arma os contra-ataques? Josué? Gilberto Silva? Nem pensar. Para piorar, se Maicon jogava com acerto pelo menos na marcação, Kléber não só marcava mal como errava passes em cima de passes. Daí o primeiro tempo ter sido um horror e terminado sob justas vaias daqueles que se dispuseram a ir ver a despedida da seleção das eliminatórias nesta temporada. E que, na verdade, viram uma Colômbia mais perigosa. Razão pela qual até se justificava que os colombianos voltassem com o mesmo time. Mas, os brasileiros, definitivamente, não. Só que voltaram. E tirante Lúcio e Juan, jogar bem mesmo ninguém jogava, nem Kaká, apesar do esforço. Robinho era um descalabro e Pato estava no banco, assim como Mancini e Alex, três apostas óbvias, para tentar melhorar o meio de campo e o ataque. Aos 13, Dunga tirou Elano e Mancini entrou, mas Josué e Gilberto Silva, incompreensível, e desgraçadamente, ficaram. Aos 18, Pato entrou no lugar de Robinho que, de tanto golpear a paciência do torcedor, se machucou. E o menino milanista perdeu um gol logo em seu primeiro lance. Aos 21, saiu Juan, por desgaste, e entrou Thiago Silva. Iríamos até o fim com Jô e sem Alex. Aos que torcem a favor, restava torcer. E aos que torcem contra, também. O coro "Adeus, Dunga" era entoado no estádio e Renteria quase abria o placar. Para sorte brasileira, a Argentina tinha feito papel ainda pior horas antes, ao perder para o Chile, que o time da CBF goleou, em Santiago. E a Venezuela, que o Brasil goleou em San Cristóbal, ganhava do Equador, próximo rival. Parece que é isso. Com jogadores tão acostumados a jogar fora, a seleção só se dá bem no exterior. E ficou em mais um pornográfico 0 a 0 na Cidade Maravilhosa. Sandálias da humildade Digna de ser saudada a entrevista de Marcelo Campos Pinto, diretor-executivo da Globo Esporte, ao diário "Lance!" de anteontem. Ele elogia a concorrência e admite a necessidade de revitalizar o futebol para recuperar os índices de audiência, prova de que se inicia um processo de autocrítica num setor que sempre se notabilizou por se preocupar apenas com a grade de programação, e não com o esporte em si, até por não exercitar o saudável espírito crítico em relação aos COBs e CBFs da vida. Coisa que, por sinal, para agradável surpresa deste cético colunista, o jornalismo da Record fez em relação à reeleição de Carlos Nuzman, sem poupá-lo mesmo agora, quando a emissora tem os direitos da Olimpíada. A pisada na bola do cartola foi a tal ponto que dificulta até mesmo sua conversão em bispo... Ao leitorado Sou casado e tenho quatro filhos. E seria um péssimo prefeito. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Futebol: Adeus Senegal! Olá Burkina Fasso? Próximo Texto: Diferença no clássico começa no apito Índice |
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