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Diferença no clássico começa no apito
São Paulo está incomodado com a pressão feita pelos palmeirenses, especialmente por Luxemburgo, contra os juízes
Superintendente tricolor
diz que espera escalação de
gaúcho, enquanto técnico
de rival reclama de escolha
de profissionais desse Estado
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA
A arbitragem do clássico de
domingo entre São Paulo e Palmeiras tem gerado preocupação dos dois lados. O clube do
Morumbi está preocupado com
a pressão do adversário, especialmente do técnico Vanderlei
Luxemburgo, sobre os juízes.
Em razão disso, o São Paulo
diz ter simpatia pela escalação
do árbitro gaúcho Leandro
Vuaden, que ganhou fama de
"europeu" neste Brasileiro por
marcar poucas faltas.
"Eu tenho um feeling de que
ele será o árbitro. Até pelo que
vem fazendo no campeonato.
Seria uma premiação para ele",
disse Marco Aurélio Cunha, superintendente são-paulino.
A Comissão de Arbitragem
vai sortear hoje, às 14h30,
quem irá apitar os jogos da Série A do Nacional. Os nomes
dos juízes que irão participar
não foram divulgados.
A escolha de Vuaden, ou de
outro árbitro do Rio Grande do
Sul, não agradaria ao técnico
palmeirense. Ele vem criticando de forma contundente o estilo de "deixar o jogo correr".
E também reclamou do fato
de a Comissão de Arbitragem
escalar um árbitro gaúcho para
os jogos do Palmeiras, já que
disputa também com um time
daquele Estado, o Grêmio, o título do Brasileiro. Vuaden e
Leonardo Gaciba trabalharam
nos empates do Palmeiras, ambos por 0 a 0, contra Náutico e
Figueirense, respectivamente.
"Não dá para um time cometer tantas faltas como o time
deles [Figueirense]. O juiz deixa o jogo correr, e as faltas não
são marcadas", afirmou Luxemburgo, anteontem.
Para Marco Aurélio Cunha, a
escolha de um árbitro de outro
Estado sempre vai gerar críticas. "Se escalarem um carioca,
vão falar que tem o Flamengo
na disputa. Se for um mineiro,
vão falar do Cruzeiro. Então
não tem jeito. O que vale mesmo é a competência do árbitro", afirma o dirigente.
Nos bastidores, conselheiros
palmeirenses se dizem "blindados" em relação às arbitragens.
Contam que o presidente da
Federação Paulista de Futebol,
Marco Polo Del Nero, assegurou a Affonso della Monica, o
presidente do Palmeiras, que o
clube não será prejudicado nesta reta final do Nacional.
A questão da arbitragem
também passa pela cabeça dos
jogadores do Palmeiras. O lateral-direito Élder Granja reclamou de Leonardo Gaciba.
"Em Florianópolis, contra o
Figueirense, nós apanhamos
bastante, e foi o Gaciba, que é
gaúcho, quem apitou. Fico
meio confuso com isso. A escola gaúcha deixa o jogo correr, e
aí acontece mais pancada. Já o
juiz paulista e o carioca marcam mais em cima. Você nunca
sabe como tem que chegar à jogada. Isso atrapalha", falou.
O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, tem criticado a
pressão de seu rival de domingo
contra os juízes. "Não existe árbitro que queira prejudicar, só
existem erros. Sabemos que
técnico experiente joga pressão
na arbitragem em reta final",
disse ele, nesta semana, em referência às reclamações de Luxemburgo nas últimas rodadas.
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