São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Diferença no clássico começa no apito

São Paulo está incomodado com a pressão feita pelos palmeirenses, especialmente por Luxemburgo, contra os juízes

Superintendente tricolor diz que espera escalação de gaúcho, enquanto técnico de rival reclama de escolha de profissionais desse Estado


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A ATIBAIA

A arbitragem do clássico de domingo entre São Paulo e Palmeiras tem gerado preocupação dos dois lados. O clube do Morumbi está preocupado com a pressão do adversário, especialmente do técnico Vanderlei Luxemburgo, sobre os juízes.
Em razão disso, o São Paulo diz ter simpatia pela escalação do árbitro gaúcho Leandro Vuaden, que ganhou fama de "europeu" neste Brasileiro por marcar poucas faltas.
"Eu tenho um feeling de que ele será o árbitro. Até pelo que vem fazendo no campeonato. Seria uma premiação para ele", disse Marco Aurélio Cunha, superintendente são-paulino.
A Comissão de Arbitragem vai sortear hoje, às 14h30, quem irá apitar os jogos da Série A do Nacional. Os nomes dos juízes que irão participar não foram divulgados.
A escolha de Vuaden, ou de outro árbitro do Rio Grande do Sul, não agradaria ao técnico palmeirense. Ele vem criticando de forma contundente o estilo de "deixar o jogo correr".
E também reclamou do fato de a Comissão de Arbitragem escalar um árbitro gaúcho para os jogos do Palmeiras, já que disputa também com um time daquele Estado, o Grêmio, o título do Brasileiro. Vuaden e Leonardo Gaciba trabalharam nos empates do Palmeiras, ambos por 0 a 0, contra Náutico e Figueirense, respectivamente.
"Não dá para um time cometer tantas faltas como o time deles [Figueirense]. O juiz deixa o jogo correr, e as faltas não são marcadas", afirmou Luxemburgo, anteontem.
Para Marco Aurélio Cunha, a escolha de um árbitro de outro Estado sempre vai gerar críticas. "Se escalarem um carioca, vão falar que tem o Flamengo na disputa. Se for um mineiro, vão falar do Cruzeiro. Então não tem jeito. O que vale mesmo é a competência do árbitro", afirma o dirigente.
Nos bastidores, conselheiros palmeirenses se dizem "blindados" em relação às arbitragens. Contam que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, assegurou a Affonso della Monica, o presidente do Palmeiras, que o clube não será prejudicado nesta reta final do Nacional.
A questão da arbitragem também passa pela cabeça dos jogadores do Palmeiras. O lateral-direito Élder Granja reclamou de Leonardo Gaciba.
"Em Florianópolis, contra o Figueirense, nós apanhamos bastante, e foi o Gaciba, que é gaúcho, quem apitou. Fico meio confuso com isso. A escola gaúcha deixa o jogo correr, e aí acontece mais pancada. Já o juiz paulista e o carioca marcam mais em cima. Você nunca sabe como tem que chegar à jogada. Isso atrapalha", falou.
O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, tem criticado a pressão de seu rival de domingo contra os juízes. "Não existe árbitro que queira prejudicar, só existem erros. Sabemos que técnico experiente joga pressão na arbitragem em reta final", disse ele, nesta semana, em referência às reclamações de Luxemburgo nas últimas rodadas.


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