São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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onipresente

Aos 35, Marcos trabalha como nunca

Goleiro já fez 56 jogos, o dobro que em 2006 e 2007, e pode igualar maior número de partidas em 1 ano pelo Palmeiras

Longe do departamento médico, ídolo, que enfrenta hoje o Flamengo, negocia premiação e vira o assunto principal do Brasileiro-2008

Ricardo Nogueira/ Folha Imagem
O goleiro palmeirense Marcos, que já atuou em 56 jogos neste ano

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é por acaso que muito se fala de Marcos em 2008.
Aos 35 anos, o goleiro do Palmeiras, que hoje pega o Flamengo, no Rio, às 17h, pelo Brasileiro, caminha para fazer desta a temporada em que mais trabalhou pelo único clube que defendeu como profissional.
Já são 56 jogos em 2008. Se participar das quatro partidas que restam para o Palmeiras no Nacional, irá igualar as 60 vezes que entrou em campo com a camisa do clube em 1999. Naquele ano, no entanto, o Palmeiras fez 84 partidas oficiais.
Agora, em 2008, serão apenas 61. Ou seja: Marcos esteve à disposição quase sempre.
No Brasileiro, só ficou fora de um jogo, e ainda porque foi ao enterro do pai. Já são 33 partidas pelo campeonato nacional -nunca antes havia disputado mais de 22 jogos pela competição numa só edição.
Nesta década, Marcos tinha até o ano passado uma média de 31 jogos por temporada. Somando 2006 e 2007, só entrou em campo 28 vezes, ou metade do que já fez neste ano.
Tudo isso porque nesta temporada ele ficou longe do departamento médico. Fato raro para quem acumulou problemas em praticamente todas as partes do corpo.
"A moral que eu tenho não é porque faço churrasco ou dou dinheiro para alguém. É pelas fraturas que eu ganhei me jogando nos pés dos outros, quebrando clavícula", afirmou o goleiro na última terça-feira.
Problemas disciplinares nunca foram grandes problemas para ele. Segundo a revista "Placar", Marcos nunca foi expulso em jogos do Brasileiro e soma apenas quatro amarelos na sua história na competição.
E foi a distância dos médicos que colocou Marcos como protagonista do Palmeiras durante quase todo o ano.
Quando estava machucado, o goleiro não dava entrevistas nem participava da rotina do grupo. Agora, o terceiro jogador que mais atuou pelo clube em 2008 assumiu seu papel de líder dentro e fora de campo.
"É o Marcão quem negocia [a premiação] e fala para a gente", disse o atacante Kléber, sobre o papel exclusivo do goleiro como porta-voz dos jogadores na negociação dos bichos.
Dentro de campo, no entanto, a liderança do agora onipresente Marcos já foi questionada. Após dizer que o time precisava de um psicólogo depois da derrota para o Fluminense, o goleiro foi criticado pelo meia Diego Souza, com o apoio de Vanderlei Luxemburgo, por expor publicamente os colegas.
O último capítulo do "furacão" Marcos aconteceu no domingo passado, quando foi ao ataque contra o Grêmio quando faltavam ainda 15 minutos para o fim do jogo, o que lhe valeu nova reprimenda de Luxemburgo e acabou com um pedido público de desculpas.
"Minha relação não mudou em nada. Vou pedir desculpas para o elenco, pois falo as coisas olhando na cara de cada um."
"O Marcos é assim. Ele sabe o que faz e assumiu seu erro. O mais importante é que isso já foi resolvido", disse o zagueiro Roque Júnior, que jogou com o goleiro no clube do Parque Antarctica na década passada.


NA TV - Flamengo x Palmeiras
Globo (para São Paulo) e Band (menos para Rio de Janeiro), ao vivo, às 17h



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