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OUTDOORS
No céu e no tapetão
Muito dependente das condições do vento, o
balonismo moderno se baseia na decisão de
diretores de prova para definir a competição
VANER VENDRAMINI
DA REPORTAGEM LOCAL
À primeira vista, o balão parece
simples de pilotar, mas, sem poder mudar o fundamento do esporte -o vento-, os balonistas
têm que abusar da flexibilidade na
organização de seus campeonatos
para dar mais emoção às disputas.
Assim, fica a cargo dos organizadores a decisão de como será a
disputa em cada prova.
Esse é um dos principais atrativos do Campeonato Paulista deste ano, que está sendo disputado
na cidade de Pindamonhangaba.
A competição, que começou anteontem e vai até amanhã, reúne
18 equipes na disputa pelo título.
As provas de hoje começam pela
manhã, e, amanhã, além da bateria final, um vôo comemorativo
no final da tarde fecha o torneio.
Diferentemente dos torneios de
futebol, que variam segundo interesses diversos, no balonismo as
mudanças acontecem principalmente em razão do clima.
Dependendo diretamente da direção e da intensidade dos ventos,
o tipo de competição usado nos
campeonatos é decidido minutos
antes da abertura das provas.
Momentos antes das disputas, o
diretor técnico analisa o tipo de
vento e escolhe a competição
mais adequada para aquele dia.
Então, para conseguir aproveitar uma infinidade de possibilidades nas condições do clima, os balonistas possuem um arsenal de
variações possíveis.
As principais provas têm nas
técnicas de navegação seu maior
quesito, como o "fly on", na qual
os balonistas devem lançar uma
marca -pequeno peso de náilon
que identifica o balão- o mais
próximo do alvo, que é escolhido
pelo próprio competidor.
Se a organização quiser uma
competição um pouco mais difícil
do que o "fly on", é feita uma pequena modificação na prova, chamada agora de "fly in", na qual os
organizadores escolhem os alvos.
Sabendo quais serão seus objetivos, as equipes escolhem os locais
de lançamento do balão, respeitando limites de distância para os
alvos, e navegam até alcançá-los.
Outro modelo de disputa é a
"caça à raposa", no qual os competidores têm que perseguir um
balão da organização e lançar a
marca o mais perto possível do local onde o "balão raposa" lançou.
Com essa estrutura, a função de
"temperar" o torneio fica então
distribuída entre pilotos e diretores dos eventos, responsáveis por
escolher a prova certa para cada
dia de competição.
O importante é conseguir combinar a maior diversidade de disputas técnicas, e a avaliação correta antes do início da competição é
fundamental para o bom andamento do torneio.
Segundo Alberto Brites, que
pratica balonismo há 14 anos, o
pior em ser diretor técnico é ficar
no chão e "ver todo mundo voando". Brites, 44, comanda ao lado
de seu irmão Leonel, organizador
da prova, a direção técnica do
Campeonato Paulista.
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