São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000

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OUTDOORS


No céu e no tapetão



Muito dependente das condições do vento, o balonismo moderno se baseia na decisão de diretores de prova para definir a competição

VANER VENDRAMINI
DA REPORTAGEM LOCAL

À primeira vista, o balão parece simples de pilotar, mas, sem poder mudar o fundamento do esporte -o vento-, os balonistas têm que abusar da flexibilidade na organização de seus campeonatos para dar mais emoção às disputas.
Assim, fica a cargo dos organizadores a decisão de como será a disputa em cada prova.
Esse é um dos principais atrativos do Campeonato Paulista deste ano, que está sendo disputado na cidade de Pindamonhangaba.
A competição, que começou anteontem e vai até amanhã, reúne 18 equipes na disputa pelo título. As provas de hoje começam pela manhã, e, amanhã, além da bateria final, um vôo comemorativo no final da tarde fecha o torneio.
Diferentemente dos torneios de futebol, que variam segundo interesses diversos, no balonismo as mudanças acontecem principalmente em razão do clima.
Dependendo diretamente da direção e da intensidade dos ventos, o tipo de competição usado nos campeonatos é decidido minutos antes da abertura das provas.
Momentos antes das disputas, o diretor técnico analisa o tipo de vento e escolhe a competição mais adequada para aquele dia.
Então, para conseguir aproveitar uma infinidade de possibilidades nas condições do clima, os balonistas possuem um arsenal de variações possíveis.
As principais provas têm nas técnicas de navegação seu maior quesito, como o "fly on", na qual os balonistas devem lançar uma marca -pequeno peso de náilon que identifica o balão- o mais próximo do alvo, que é escolhido pelo próprio competidor.
Se a organização quiser uma competição um pouco mais difícil do que o "fly on", é feita uma pequena modificação na prova, chamada agora de "fly in", na qual os organizadores escolhem os alvos.
Sabendo quais serão seus objetivos, as equipes escolhem os locais de lançamento do balão, respeitando limites de distância para os alvos, e navegam até alcançá-los.
Outro modelo de disputa é a "caça à raposa", no qual os competidores têm que perseguir um balão da organização e lançar a marca o mais perto possível do local onde o "balão raposa" lançou.
Com essa estrutura, a função de "temperar" o torneio fica então distribuída entre pilotos e diretores dos eventos, responsáveis por escolher a prova certa para cada dia de competição.
O importante é conseguir combinar a maior diversidade de disputas técnicas, e a avaliação correta antes do início da competição é fundamental para o bom andamento do torneio.
Segundo Alberto Brites, que pratica balonismo há 14 anos, o pior em ser diretor técnico é ficar no chão e "ver todo mundo voando". Brites, 44, comanda ao lado de seu irmão Leonel, organizador da prova, a direção técnica do Campeonato Paulista.


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