São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Padre brasileiro fez o primeiro balão



DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de haver indícios de que os pré-colombianos Nazca, do Peru, já teriam dominado as técnicas de ascensão por balões, o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão é o criador do balão. Estudante da Universidade de Coimbra (Portugal), o sacerdote, que nasceu em Santos, interrompeu seus estudos em 1709 para desenvolver sua passarola, como foi chamada a invenção.
Depois de convencer dom João 5º a investir em sua "máquina de andar pelo ar", Gusmão não teve sucesso em sua primeira experiência. O balão que ele fizera incendiou-se antes de sair do chão.
Na segunda tentativa, a estrutura atingiu quase 5 m de altura, mas o balão foi apagado.
Teria sido, então, em um lugar aberto que o "voador" realizou sua terceira e última apresentação, que quase teve sucesso.
Um outro incêndio, porém, colocou em descrédito a invenção.
O padre-inventor continuou com suas pesquisas, e, apesar de existirem registros de que ele teria sido perseguido até a morte pela Inquisição, também existem indícios de que ele tenha morrido em uma viagem de fuga para Paris.
Em 4 de junho de 1783, os irmãos Joseph e Etienne Montgolfier registraram um vôo de 2,4 km de altitude em Annonay, França, com um balão de ar quente.
Na sequência, os irmãos franceses lançaram em Versailles um balão carregando uma ovelha, um pato e um galo. Como os três animais voltaram ilesos ao solo, em 21 de novembro daquele ano Jean-Francois de Rozier e François Laurent navegaram sobre Paris no primeiro Montgolfier tripulado, queimando lã e palha para manter o balão flutuando no ar.
No mesmo ano, o físico inglês J.A.C. Charles, inspirado nos irmãos Montgolfier, construiu um balão que voou cerca de 25 km, mas preenchido com hidrogênio.
Logo a invenção foi aplicada na guerra -Napoleão usou balões ancorados para criar postos de observação- e na ciência, em estudos meteorológicos.
As primeiras competições de balonismo apareceram em 1906, quando o norte-americano James Gordon Bennett ofereceu um troféu para vôos de longa distância, prêmio que seguiu até 1939.
Mas o balonismo moderno surgiu apenas no início da década de 60, com o desenvolvimento de novos materiais plásticos.
Hoje, o balão é feito com náilon rip stop e um tecido chamado nomex, que reveste sua boca e, por ser antichama, evita que o propulsor, alimentado com gás propano, inicie um incêndio. (VV)


Texto Anterior: Outdoors: No céu e no tapetão
Próximo Texto: Fora da trilha
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.