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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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FUTEBOL

Atletas, que receberam só uma camisa de concentração para ficar 6 dias em SC, reclamam; Topper já entregou lote

Até roupa vira problema no São Paulo

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Não bastassem as turbulências pelas quais tem passado, o São Paulo, que hoje enfrenta o Fortaleza, arrumou um novo problema. Os jogadores reclamam da falta de material esportivo.
Por contrato, a Topper destina aos atletas menos material do que a Penalty contratualmente liberava. Anualmente, a ex-fornecedora entregava ao clube 8.000 camisas oficiais. Agora são 6.500.
Também são menores as quantidades de materiais de concentração/passeio para os jogadores são-paulinos. Problema que ficou evidente na recente viagem do elenco para Santa Catarina.
Para ficar seis dias em Florianópolis/Criciúma, cada atleta recebeu do clube uma apenas camisa de concentração. Até agora, dois meses depois do início da parceria, os jogadores dizem ter recebido três dessas camisas -sendo duas do modelo antigo, pólo.
"Viajei com três camisas porque guardei as duas primeiras que eles haviam dado, as do outro modelo. Mas fui um dos poucos", afirmou o goleiro Roger.
A Topper, entretanto, já entregou 190 camisas de concentração para o clube do Morumbi. Para a diretoria são-paulina, o problema da distribuição do produto antes da viagem foi "excepcional".
Segundo a fabricante, por ano, o futebol profissional do São Paulo tem direito a 350 camisas de concentração, que são entregues durante a temporada mediante pedido do departamento de marketing são-paulino.
"Quem faz o pedido do material é o São Paulo. A gente entrega para o almoxarifado central, que é controlado pelo marketing deles, que faz a distribuição no clube", afirmou Fábio Ribeiro, relações esportivas da fabricante.
O São Paulo confirmou a versão da sua parceira. Segundo o clube, a dificuldade que os atletas tiveram em SC foi decorrente da "coincidência de situações raras".
"Recebemos o novo material no dia que eles iam viajar [primeiro problema]. E, como nunca acontece, eles ficaram seis dias fora [segundo problema]. Mas temos, pelo menos, em estoque, quatro camisas de concentração para cada jogador", disse Bruno Aventurato, do marketing são-paulino.
A política do clube é não distribuir camisas sem critério para não acontecer o mesmo que em 2002, quando foi instalada uma comissão de conselheiros para investigar o "sumiço" de 9.000 uniformes -isso porque o clube, que havia estimado a sua necessidade anual em 9.000 camisas, já havia solicitado 18 mil a Penalty antes da fase final do Brasileiro.
No próximo dia 23, o conselho deliberativo deve apresentar o relatório da referida investigação.
Edison Zago, presidente do conselho fiscal do São Paulo, disse que vai pedir esclarecimentos sobre o novo problema com os materiais esportivos do clube.
"Não dá para destinar aos jogadores quantas camisas eles pedirem porque eles podem começar a distribuir para irmão, namorada. Mas vou me informar sobre essa reclamação dos atletas porque isso [falta de camisas] também não pode acontecer", disse o conselheiro são-paulino.


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