São Paulo, domingo, 17 de abril de 2005

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PERFIL

Agente do Garra usa leitura labial e já deteve atores

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, 48, supervisor do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), afirmou ontem que um dos elementos que utilizou para fazer a prisão do argentino Leandro Desábato, 26, zagueiro do Quilmes, foi leitura labial.
"Eu vi o jogo [São Paulo x Quilmes] das tribunas da FPF [Federação Paulista de Futebol], da qual sou auditor do TJ [Tribunal de Justiça] há sete anos, e percebi, não vi, mas percebi, que o argentino disse ofensas racistas ao Grafite pela TV, que repetiu o lance diversas vezes. Percebi isso fazendo uma leitura labial do jogador do Quilmes", disse Nico.
Desábato, em depoimento, negou ter proferido insulto de cunho racista ao são-paulino.
Segundo o delegado, além da leitura labial, o principal elemento para a prisão do argentino foi o boletim de ocorrência registrado por Grafite. "Se ele não fizesse a queixa não poderíamos fazer a prisão", diz.
"Era um crime de injúria. O argentino infringiu o artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal. Qualquer um deve ser preso por isso, mas é preciso de provas. No caso de Grafite, ainda havia duas testemunhas", afirma o delegado.
"Fui ao vestiário procurar o Grafite, que já estava acompanhado do advogado do São Paulo [José Alves] e quis fazer ocorrência", lembra Nico.
Figura presente nas ações do Garra, Nico já protagonizou uma cena inusitada em 1979, quando prendeu atores que começaram a brigar durante uma peça de teatro ao qual ele havia ido como espectador. "Eles brigaram em cena. Isso não pode acontecer", recorda o delegado, que afirma ter 24 anos de profissão.(KT)

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