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PERFIL
Agente do Garra usa leitura labial e já deteve atores
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O delegado Osvaldo Nico
Gonçalves, 48, supervisor do
Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos),
afirmou ontem que um dos elementos que utilizou para fazer
a prisão do argentino Leandro
Desábato, 26, zagueiro do Quilmes, foi leitura labial.
"Eu vi o jogo [São Paulo x
Quilmes] das tribunas da FPF
[Federação Paulista de Futebol], da qual sou auditor do TJ
[Tribunal de Justiça] há sete
anos, e percebi, não vi, mas
percebi, que o argentino disse
ofensas racistas ao Grafite pela
TV, que repetiu o lance diversas vezes. Percebi isso fazendo
uma leitura labial do jogador
do Quilmes", disse Nico.
Desábato, em depoimento,
negou ter proferido insulto de
cunho racista ao são-paulino.
Segundo o delegado, além da
leitura labial, o principal elemento para a prisão do argentino foi o boletim de ocorrência
registrado por Grafite. "Se ele
não fizesse a queixa não poderíamos fazer a prisão", diz.
"Era um crime de injúria. O
argentino infringiu o artigo
140, parágrafo 3º, do Código
Penal. Qualquer um deve ser
preso por isso, mas é preciso de
provas. No caso de Grafite, ainda havia duas testemunhas",
afirma o delegado.
"Fui ao vestiário procurar o
Grafite, que já estava acompanhado do advogado do São
Paulo [José Alves] e quis fazer
ocorrência", lembra Nico.
Figura presente nas ações do
Garra, Nico já protagonizou
uma cena inusitada em 1979,
quando prendeu atores que começaram a brigar durante uma
peça de teatro ao qual ele havia
ido como espectador. "Eles brigaram em cena. Isso não pode
acontecer", recorda o delegado, que afirma ter 24 anos de
profissão.(KT)
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