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FUTEBOL
Time cai ante a Ponte Preta na 3ª derrota seguida no Parque Antarctica
Palmeiras afunda e chega à
pior seqüência desde 2001
PAULO GALDIERI
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o Palmeiras precisava de um
novo pretexto para se afastar definitivamente do Parque Antarctica, ele surgiu ontem. Em mais um
jogo infeliz, o time de Emerson
Leão perdeu em casa por 3 a 2 para a Ponte Preta e somou sua terceira derrota seguida no estádio,
diante de apenas 2.753 pagantes.
Tal série em casa não era vista
havia cinco anos. No Brasileiro de
2001, o time caiu no Parque Antarctica ante Internacional (2 x 1),
Fluminense (6 x 2) e Vasco (3 x 1).
Ontem, em nenhum momento,
o time deu mostras de que poderia mudar seu destino em campo.
O jogo foi uma cópia fiel do
pouco vibrante final de tarde no
Parque Antarctica: dois times lentos, frios, escorregando na grama
úmida pela insistente garoa.
Retrato da pobreza do "espetáculo", mais de um quarto dos passes trocados no primeiro tempo
foram errados: 26%, ao todo. Assim, as jogadas aéreas passaram a
ser a melhor opção: em duas delas, a Ponte Preta exigiu defesas
complicadas de Sérgio.
E era definitivamente a Ponte,
mais leve, que parecia em casa.
O primeiro gol surgiu aos
36min. O avante Washington,
além de inoperante no ataque,
ainda atrapalhou sua própria defesa ao perder bola para o meio-campista André Silva, que rolou
para Almir, livre na área, marcar.
Se estava ruim, o Palmeiras
mostrou, sete minutos depois,
que poderia piorar. Luís Mário
iniciou contra-ataque e rumou livre, pela esquerda. Passou para o
lateral-direito Luciano Baiano,
que devolveu ao atacante. Sozinho, ele dominou no centro da
entrada da área e chutou forte no
canto direito de Sérgio: 2 a 0 no
placar. Abaixo dele, uma torcida
cada vez mais hostil e nervosa.
Sem garra, sem vibração, o Palmeiras desceu para os vestiários
com críticas de seus próprios jogadores. "Precisamos de mais coragem", resumiu Marcinho.
"Se não tiver atenção e vontade,
fica difícil. Para usar a camisa do
Palmeiras, tem que ser assim",
criticou mais incisivamente o zagueiro Douglas.
Leão parecia concordar. Juntou
toda a equipe em campo antes do
início do segundo tempo e conversou com o grupo durante quase cinco minutos, sob fortes vaias.
Com Ricardinho no lugar de
Márcio Careca na lateral esquerda, e Cristian no lugar de Amaral
(passando Paulo Baier para a ala
direita), o Palmeiras esboçou uma
pequena reação, minada pelo gol
contra de Douglas.
Aos 21min, ele cabeceou falta
cobrada por Danilo no pé direito
da trave de Sérgio. O belo gol de
Cristian, em chute forte no ângulo
direito de Jean, não amenizou os
xingamentos da torcida, que sequer vibrou. O mesmo ocorreu
com o gol de cabeça de Edmundo,
em falta cobrada por Correa.
Mas poucos torcedores viram.
Os mais calmos foram embora já
aos 34min. Os mais revoltados ficaram. Para protestar. Neste momento, não é exagero dizer que o
próximo duelo do time no Nacional, fora de casa, contra o Figueirense, é um alívio para o agora
contestado Leão e seus jogadores.
O técnico, porém, diz que não
quer sair do Parque Antarctica.
"Isso seria jogar a toalha. E eu não
jogo a toalha", disse o treinador.
"Se melhorarmos, podemos jogar
em qualquer lugar do mundo.
Sair de casa é uma vergonha",
completou, refutando a hipótese
cogitada pela diretoria de levar jogos em que o Palmeiras é o mandante para cidades do interior
paulista -Ribeirão Preto e Presidente Prudente já estão na lista de
sedes elaborada pelo diretor Salvador Hugo Palaia.
Mas, enquanto não se decide o
que fará, o Palmeiras terá de voltar a seu estádio no dia 30, para fazer contra o Santos o primeiro
clássico em casa neste ano.
Antes disso, tenta a reabilitação
no próximo sábado, diante do Figueirense, em Florianópolis.
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