São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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FUTEBOL

Time cai ante a Ponte Preta na 3ª derrota seguida no Parque Antarctica

Palmeiras afunda e chega à pior seqüência desde 2001

PAULO GALDIERI
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o Palmeiras precisava de um novo pretexto para se afastar definitivamente do Parque Antarctica, ele surgiu ontem. Em mais um jogo infeliz, o time de Emerson Leão perdeu em casa por 3 a 2 para a Ponte Preta e somou sua terceira derrota seguida no estádio, diante de apenas 2.753 pagantes.
Tal série em casa não era vista havia cinco anos. No Brasileiro de 2001, o time caiu no Parque Antarctica ante Internacional (2 x 1), Fluminense (6 x 2) e Vasco (3 x 1).
Ontem, em nenhum momento, o time deu mostras de que poderia mudar seu destino em campo.
O jogo foi uma cópia fiel do pouco vibrante final de tarde no Parque Antarctica: dois times lentos, frios, escorregando na grama úmida pela insistente garoa.
Retrato da pobreza do "espetáculo", mais de um quarto dos passes trocados no primeiro tempo foram errados: 26%, ao todo. Assim, as jogadas aéreas passaram a ser a melhor opção: em duas delas, a Ponte Preta exigiu defesas complicadas de Sérgio.
E era definitivamente a Ponte, mais leve, que parecia em casa.
O primeiro gol surgiu aos 36min. O avante Washington, além de inoperante no ataque, ainda atrapalhou sua própria defesa ao perder bola para o meio-campista André Silva, que rolou para Almir, livre na área, marcar.
Se estava ruim, o Palmeiras mostrou, sete minutos depois, que poderia piorar. Luís Mário iniciou contra-ataque e rumou livre, pela esquerda. Passou para o lateral-direito Luciano Baiano, que devolveu ao atacante. Sozinho, ele dominou no centro da entrada da área e chutou forte no canto direito de Sérgio: 2 a 0 no placar. Abaixo dele, uma torcida cada vez mais hostil e nervosa.
Sem garra, sem vibração, o Palmeiras desceu para os vestiários com críticas de seus próprios jogadores. "Precisamos de mais coragem", resumiu Marcinho.
"Se não tiver atenção e vontade, fica difícil. Para usar a camisa do Palmeiras, tem que ser assim", criticou mais incisivamente o zagueiro Douglas.
Leão parecia concordar. Juntou toda a equipe em campo antes do início do segundo tempo e conversou com o grupo durante quase cinco minutos, sob fortes vaias.
Com Ricardinho no lugar de Márcio Careca na lateral esquerda, e Cristian no lugar de Amaral (passando Paulo Baier para a ala direita), o Palmeiras esboçou uma pequena reação, minada pelo gol contra de Douglas.
Aos 21min, ele cabeceou falta cobrada por Danilo no pé direito da trave de Sérgio. O belo gol de Cristian, em chute forte no ângulo direito de Jean, não amenizou os xingamentos da torcida, que sequer vibrou. O mesmo ocorreu com o gol de cabeça de Edmundo, em falta cobrada por Correa.
Mas poucos torcedores viram. Os mais calmos foram embora já aos 34min. Os mais revoltados ficaram. Para protestar. Neste momento, não é exagero dizer que o próximo duelo do time no Nacional, fora de casa, contra o Figueirense, é um alívio para o agora contestado Leão e seus jogadores.
O técnico, porém, diz que não quer sair do Parque Antarctica. "Isso seria jogar a toalha. E eu não jogo a toalha", disse o treinador. "Se melhorarmos, podemos jogar em qualquer lugar do mundo. Sair de casa é uma vergonha", completou, refutando a hipótese cogitada pela diretoria de levar jogos em que o Palmeiras é o mandante para cidades do interior paulista -Ribeirão Preto e Presidente Prudente já estão na lista de sedes elaborada pelo diretor Salvador Hugo Palaia.
Mas, enquanto não se decide o que fará, o Palmeiras terá de voltar a seu estádio no dia 30, para fazer contra o Santos o primeiro clássico em casa neste ano.
Antes disso, tenta a reabilitação no próximo sábado, diante do Figueirense, em Florianópolis.


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