São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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os caras da seleção

Europa prova que "craque" de Dunga joga na defesa

Ligas acabam com defensores brasileiros em alta e meias e atacantes em baixa

Dos convocados que têm a marcação como prioridade, oito foram campeões ou vice e todos disputam a próxima Copa dos Campeões

Paolo Lazzeroni/Associated Press
O goleiro Júlio César vibra como título da Inter

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Acabou ontem a temporada das principais ligas europeias. E, para os brasileiros, o saldo final é que não é só impressão que na seleção de Dunga os "craques" estão na defesa.
Com a consagração do Barcelona, na Espanha, e da Inter de Milão, na Itália, virou um abismo a diferença entre o desempenho, na temporada 2009/ 2010, dos dez convocados para o Mundial de clubes europeus que são defensores e os dez que atuam no meio-campo ou no ataque -só três dos chamados para ir à África do Sul jogam por times nacionais.
A começar, claro, pelo resultado final dos clubes dos escolhidos de Dunga para a Copa.
Cinco defensores foram campeões -Júlio César, Maicon e Lúcio pela Inter, Daniel Alves, pelo Barcelona, e Luisão, do português Benfica. Outros três, Doni e Juan, da Roma, e o lateral Michel Bastos, do Lyon (FRA), foram vices.
Todos os dez defensores terminaram com seus clubes em posições que garantem vaga na Copa dos Campeões da Europa, a mais importante competição de clubes do planeta.
Tudo muito diferente dos jogadores de meio-campo e ataque da seleção.
Só dois foram campeões, e ainda assim por ligas de segunda linha -Ramíres, do Benfica, em Portugal, e Gilberto Silva, do Panathinaikos, na Grécia.
Cinco dos meias e atacantes eleitos por Dunga -Felipe Melo, Josué, Elano, Nilmar e Grafite- defendem clubes que terminaram suas ligas em posições que não garantem vaga na Copa dos Campeões.
Mas não é só uma questão de títulos ou vagas europeias que separam os defensores brasileiros dos compatriotas que jogam mais à frente.
Com exceção de Doni, hoje reserva absoluto na Roma, os outros defensores foram titulares na maioria esmagadora dos jogos de seus clubes na temporada. Alguns foram considerados heróis, como Luisão, capitão do Benfica, e Gomes, destaque do quarto lugar do Tottenham no Inglês, posição que colocou o time de Londres na Copa dos Campeões da Europa, competição que disputou pela última vez em 1962.
Enquanto isso, entre os escolhidos de Dunga para o meio e ataque, Júlio Baptista esquentou o banco na Roma e Felipe Melo ganhou até eleição de pior do Italiano. Até Kaká, o grande nome da seleção, teve uma temporada para se esquecer em termos de clube -não ganhou nada no poderoso Real Madrid.
A goleada a favor dos defensores de Dunga na temporada de clubes pode aumentar no próximo sábado, quando o trio Júlio César, Maicon e Lúcio tem a chance de ganhar a Copa dos Campeões, contra o Bayern de Munique, em jogo sem meias ou atacantes convocados por Dunga para o Mundial.


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