São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Com recorde, Barcelona ganha seu 20º Espanhol

Time tem maior pontuação da história do torneio

Lluis Gene/France Presse
Atletas do Barcelona celebrama melhor campanha no Espanhol

ROBERTO DIAS
EM BARCELONA

Seria difícil explicar à multidão que se aglomerou na fonte de Canaletes, tradicional ponto de festejo dos barcelonistas, o que era a dança puxada pelo brasileiro Daniel Alves ontem no Camp Nou (talvez uma tentativa de "arrocha", estilo baiano que tem no lateral um fã).
Bem mais fácil era entender por que ele parecia tão feliz: comemorava não só o 20º Campeonato Espanhol do Barcelona, como também a melhor campanha já cumprida na história da competição.
O time ganhou 99 pontos, recorde absoluto no torneio. Em outros números, saiu vitorioso de 31 dos seus 38 jogos.
"Nos quiseram parar de todas as formas. Mas não conseguiram. Esta é a melhor equipe do mundo", disse o meia Xavi.
Sua estrela, o argentino Messi, marcou duas vezes ontem e igualou os 34 gols feitos pelo brasileiro Ronaldo nos anos 90, o recorde da história azulgrená.
Mas nenhum desses números evitou que o técnico Pep Guardiola fizesse menção ao grande lamento do Barcelona nesta temporada: não ter conseguido ganhar a Liga dos Campeões dentro do campo do seu arquirrival, o Real Madrid.
"Faltou um", disse o treinador, de pé no gramado, aos 98 mil "culés" (como se chamam os torcedores do time). A equipe foi eliminada pela Inter de Milão. "Tínhamos que estar ali", disse Guardiola.
Cobrança à parte, ontem o único quesito em que o Barcelona não foi melhor que o Real Madrid foi no arranjo da gravata do seu treinador.
Certamente contribuiu para o mau jeito momentâneo do figurino de Guardiola o fato de seu time quase ter sofrido um gol logo no início do jogo com o Valladolid.
Depois de fazer valer seu melhor futebol e vencer por 4 a 0, o Barcelona viu o Real Madrid amargar uma dupla festa de seus adversários.
Pois o time milionário liderado por Cristiano Ronaldo não conseguiu, mais uma vez sem Kaká, nem mesmo superar o Málaga, que comemorou como um título o empate em 1 a 1 que o livrou do rebaixamento.
Apesar do tropeço madrileno e da campanha histórica do Barcelona, o que no final fez diferença em favor do campeão foram mesmo as duas vitórias no clássico com o Real -que acabou três pontos atrás.
Três pontos que talvez decidam o destino do treinador chileno Manuel Pellegrini, que pode pagar por mais um fracasso da gestão do presidente do Real Madrid, Florentino Pérez.
Quando tentar a revanche, na próxima temporada, Florentino não verá mais do lado adversário o presidente do Barcelona, Joan Laporta, o primeiro a ser saudado por Guardiola.
Laporta se despede no mês que vem do cargo pela política. Quer ser presidente da Generalitat, cargo equivalente ao de governador da Catalunha.
O que sim deve ser mantido no Barcelona é a filosofia de formar o maior número possível de jogadores em sua casa, principal ponto da receita de sucesso nos últimos anos.
Um ingrediente simbolizado ontem pela rara tentativa de Messi de saudar a torcida em catalão -ele vive em Barcelona desde os 13 anos, mas mantém intacto o sotaque argentino.
Messi, aliás, já era objeto de questionamentos tão logo encerrado o jogo. Perguntou-se a Guardiola se ele poderia superar os 34 gols. "Nunca se sabe", respondeu o técnico, que poderia ter recorrido também à frase impressa na camiseta vestida pelos jogadores para festejar: "Não pense em uma temporada, pense na história".

FOLHA ONLINE
Presidente do Barcelona agora quer a política
www.folha.com.br/101362


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