Fabio Muzzi/France Presse

Mourinho, técnico da Inter, comemora título do Italiano

INTER E BAYERN decidem, no sábado, a Liga dos Campeões da Europa, o maior torneio de clubes do planeta. Antes da final, a Inter ganhou no domingo o título italiano e o Bayern a Copa da Alemanha, o que faz com que os dois tentem a inédita glória, em suas histórias, de conquistar a Liga, a Copa e o campeonato nacional na mesma temporada -só em 1998/99, dois clubes chegaram à final europeia com essa possibilidade.
Há um mês, Mourinho fez sua Inter superar o Barcelona armando uma retranca feroz, durante 65 minutos da semifinal. Retranqueiro de araque, sua Inter ganhou o título italiano com o melhor ataque e a melhor defesa do torneio.
O mesmo vale para o Bayern, candidato à tríplice coroa pela primeira vez na história do futebol alemão.
Quarta passada, na Libertadores, Ricardo Gomes venceu o Cruzeiro explorando o que seu São Paulo tem de melhor: a defesa. Na quarta, no Morumbi, o duelo quarta de final da Libertadores reúne, pela segunda vez, o melhor ataque contra a melhor defesa da Libertadores. "Vamos pelo menos dar um susto no São Paulo", promete Adílson Batista, técnico do Cruzeiro, do melhor ataque. No primeiro embate, a defesa venceu.
O que não quer dizer que Ricardo Gomes, assim como José Mourinho, sejam retranqueiros de primeira. Ontem, contra o Botafogo, o resultado foi péssimo, mas a equipe começou o jogo com posse de bola, no campo do adversário.
A questão é que o São Paulo, hoje, tem um diferencial, em relação a seus adversários: a defesa. O time que levou dois gols do Botafogo é o mesmo com média de 0,22 por partida na Libertadores.
José Mourinho é o treinador que fez do Chelsea a melhor defesa da história da Inglaterra, com 15 gols sofridos em 38 partidas, em 2005. Tem também a segunda melhor defesa, em média, da Liga dos Campeões. Com ela, tentará ganhar o título no sábado.
Se não sofrer gols, o São Paulo será semifinalista da Libertadores.
Não é o que nos dá mais prazer, é fato. Mas há uma qualidade na seleção que vai jogar a Copa: a defesa. Não é tradição? Em 1958, o Brasil foi campeão do mundo, sem o melhor ataque, com a defesa menos vazada.