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OITAVAS/ HOJE
No Japão, Brasil enfrenta a Bélgica com novo status, mas sem margem para erros
Seleção encara o admirável mundo novo do favoritismo
Associated Press
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O meia-atacante Ronaldinho, que afirmou preferir dar assistências a marcar gols e que volta à seleção brasileira hoje contra a Bélgica, treina cabeceio em Kobe |
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A KOBE
Hoje a seleção brasileira começa
a se defrontar com o admirável
mundo novo que ganhou ao passar para as oitavas-de-final, totalmente distinto daquele que encontrou na Coréia do Sul na primeira fase da Copa do Mundo.
Ao entrar em campo em Kobe,
o time de Luiz Felipe Scolari estará em um outro país (Japão), com
um novo status (favorito ao título), sem chance de corrigir erros
(quem perder está fora), pela primeira vez no torneio com uma
torcida própria significativa (milhares de imigrantes brasileiros
que vivem ali) E desafiando um
adversário tarimbado (a Bélgica,
presente às seis últimas Copas e
com muito mais tradição que
Turquia, China e Costa Rica).
Junto a tudo isso, a seleção carrega uma responsabilidade imensa: manter o ótimo retrospecto
ofensivo da fase inicial -11 gols
em três jogos, recorde na história
das Copas- e ao mesmo tempo
tapar os buracos de seu sistema
defensivo, bombardeado pelos
costarriquenhos na semana passada e por críticas logo a seguir.
Mas, para o time, só interessa o
bônus da novidade. Ao ônus, o
desprezo ou a irritação.
"A gente nem quer o favoritismo, porque todo mundo que era
favorito foi eliminado. Não podemos achar que o Brasil é o favorito
absoluto só porque agora todo
mundo está apostando em nós",
afirmou o goleiro Marcos.
As cobranças sobre as falhas do
sistema defensivo causaram uma
reação mais irada na equipe nacional, que tomou como uma
aberração as críticas mesmo com
os 11 gols e os 100% de aproveitamento na primeira fase.
Scolari e seus jogadores passaram os últimos dias se queixando,
em público e nos corredores da
concentração, de que "o brasileiro
só destaca o lado ruim", algo que
Cafu definiu como cultural.
Certa ou não a análise, uma variação do "complexo de vira-latas" de Nelson Rodrigues cada vez
mais recorrente no mundo boleiro, o fato é que ela criou uma certeza, resumida pelo meia Juninho.
"A seleção só será reconhecida se
ganhar. Todo o trabalho vai para
o lixo se perdermos da Bélgica."
A fragilidade dos adversários da
primeira fase não é mencionada
pelos jogadores que vislumbram
o desdém dos brasileiros em caso
de uma derrota hoje.
Para evitar isso, Scolari mexeu
de novo no ponto nevrálgico do
time, substituindo Anderson Polga por Edmilson e se precavendo
para as jogadas aéreas dos belgas.
Fechando o cardápio de novidades, será a primeira vez que o Brasil enfrenta a Bélgica numa Copa.
Até hoje foram só três amistosos,
com duas vitórias da seleção (5 a 0
em 1965 e 2 a 1 em 1988) e uma
derrota (1 a 5, em 1953).
NA TV - Globo e Sportv, ao
vivo, às 8h30
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