São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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JOSÉ ROBERTO TORERO

Jekyll, Hyde e o torcedor brasileiro

Doce leitora, azedo leitor, o torcedor brasileiro é um maníaco-depressivo, uma espécie de Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Em alguns momentos acha que sua seleção não vale um fósforo usado, em outros, que não há nada melhor no planeta. No lado direito de seu cérebro vive um otimista eterno. No esquerdo, um pessimista de olheiras profundas
Não escapo a esta psicose, e, para o jogo de hoje, pude observar as metades de meu cérebro conversando: O lado direito foi quem puxou assunto:
- Aposto que vamos ganhar!
- Acho que vamos perder...
- O Marcos é bom goleiro!
- Mas anda meio nervoso...
- O ataque é ótimo!
- A defesa é péssima.
- Pode ser até uma goleada!
- Que pode, pode...
- Juninho dá velocidade à saída de bola!
- E depois dá contra-ataque.
- O Ronaldo está se recuperando.
- Já devia estar recuperado.
- Ganhamos os três jogos!
- Eram três timecos.
- A Bélgica não tem tradição.
- Essa é a Copa das zebras.
- Se houvesse torneio de pessimismo, você ganhava fácil.
- Que nada, aposto que pegava em segundo.
- É penta, Brasil!
- Não sei, não...
Bem, a esta hora o leitor já sabe qual metade estava certa. O meu lado esquerdo do peito, claro, torce para o lado direito do cérebro. Mas não sei, não...

torero@uol.com.br



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