São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LEGISLAÇÃO

Medida, que não tem valor retroativo, sujeita clubes e dirigentes a punições previstas na legislação comercial

"MP da moralização" entra em vigor hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Entra em vigor hoje a "MP da moralização do futebol", que obriga os clubes e as demais entidades esportivas a se transformarem em empresas ou contratarem empresas para fazer a administração de suas atividades.
A medida provisória, assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso na sexta-feira, tornará as entidades sujeitas a todas as penalidades previstas na legislação comercial e à investigação do Ministério do Público.
A MP, no entanto, não terá efeito retroativo. Só poderão ser punidas, assim, irregularidades cometidas por clubes de futebol, confederações, federações etc, após a publicação da medida no "Diário Oficial" da União.
A partir de hoje, a entidade esportiva que não se transformar em sociedade comercial ficará impedida de gozar de benefícios fiscais do governo e de aderir ao Simples (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições de Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte).
Também terá de pagar ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) 20% sobre o total de sua folha de pagamento, em vez dos 5% atuais da receita bruta de espetáculos desportivos, entre outras contribuições.
Os clubes e as entidades ficam obrigados também a publicar balanços anuais auditados por empresas independentes e a submeterem-se a auditorias periódicas realizadas por empresas credenciadas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Com a edição da MP, os dirigentes ficarão sujeitos a demissão em caso de irregularidade em suas administrações. E poderão ter seus bens penhorados se houver algum processo contra um clube que não possua bens à disposição para penhora.
A "MP da moralização futebol" foi criada com base em um projeto de lei que havia sido preparado pelo governo federal.
Mas, segundo o ministro do Esporte e Turismo, Caio Luiz de Carvalho, ele não seria votado. Por isso, o governo optou por retirar o projeto do Congresso Nacional e transformá-lo em MP, que tem força de lei.



Texto Anterior: Milton Hatoum: A Copa dos insones


Próximo Texto: Indy: Da Matta vence GP de Portland e mantém hegemonia nos mistos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.