DO ENVIADO A AREQUIPA

Dez anos depois de conquistar aquele que foi o principal título de sua carreira, o técnico Carlos Alberto Parreira revelou que a seleção campeã em 1994 foi blindada contra as críticas da opinião pública, que pediu a cabeça do treinador durante as eliminatórias, no ano anterior.
"Os jogadores acordaram que não entraria nenhum jornal, nenhuma imagem do Brasil, nada na concentração. Ficamos em uma redoma, blindados. Fizemos um pacto. O time todo estava cansado das críticas destrutivas. Havia gente que queria só nos prejudicar. Isso uniu o grupo."
Parreira contou que, em uma das viagens pelos EUA, um jogador colocou uma fita de vídeo no ônibus com reportagens televisivas. "Quase mataram o cara", declarou Parreira, sorriso no rosto.
O treinador confirmou a importância de Dunga, que "marcou" Romário fora de campo. "O Américo [Faria, supervisor da seleção] colocou os dois juntos no quarto porque sabia que eram amigos. Mas não há dúvidas de que isso nos beneficiou", disse o treinador.
Ontem, Parreira declarou que a conquista tem seu valor, "indelével", mas faz parte do passado. "Foi importante para resgatar nossa auto-estima, para recolocar o Brasil como país hegemônico no futebol." (FM)


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