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Sem jogar, Ronaldinho é rei de popularidade
Recém-chegado ao Milan, meia é o preferido dos brasileiros, diz pesquisa
Estudo indica que presidente da CBF apostou no jogador certo para diminuir birra de torcedores com seleção ao chamar astro para Pequim
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ronaldinho conseguiu o que
queria. Recém-chegado ao Milan e com presença confirmada
nos Jogos de Pequim, o meia
tem pavimentada a via que gostaria de percorrer na busca pela
volta ao topo do mundo da bola.
E, mesmo depois de viver os
piores momentos de sua carreira, o ex-melhor jogador do planeta não será obrigado a começar do zero a sua jornada. Pelo
menos no que diz respeito à sua
popularidade como ídolo.
Essa é a conclusão de pesquisa realizada pela multinacional
TNS Sport, braço esportivo da
empresa inglesa líder mundial
no segmento de pesquisa de
mercado e mídia, que fez uma
radiografia do perfil do torcedor/consumidor no Brasil.
A enquete foi realizada no
mês de junho deste ano, em 14
capitais brasileiras, além de cidades do interior de São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Foram ouvidas
7.001 pessoas (70% homens e
30% mulheres), entre 16 anos e
60 anos ou mais, de todos os níveis de escolaridade, divididas
em classes sociais A1, A2, B1,
B2, C1, C2 e D. A classe E foi excluída da pesquisa por não ter
poder de consumo, segundo a
empresa. A margem de erro é
de 1,2 ponto percentual, para
mais ou para menos.
Os pesquisadores perguntaram aos entrevistados: "Qual é
o jogador que você mais gosta?". O agora jogador do Milan,
que não atua desde março, liderou as respostas, com 19,17% da
preferência, seguido por Kaká,
o atual melhor do mundo, com
17,60% das escolhas.
Números que atestam que
Ricardo Teixeira teve a sorte de
apostar no cavalo certo quando
impôs a Dunga a convocação do
gaúcho para a Olimpíada chinesa na tentativa de amenizar a
insatisfação geral com o rendimento do Brasil, cuja imagem
saiu arranhada das derrotas para Venezuela, em amistoso, e
Paraguai, pelas eliminatórias.
A pesquisa mostra que o gaúcho aparece sempre entre os
três mais citados em qualquer
estratificação: faixa etária, classe social ou Estado.
Kaká é o preferido entre as
mulheres e os mais ricos. Ronaldinho ganha entre os homens e nas demais classes sociais. O mais novo reforço do
Milan também é o melhor para
os consultados entre 16 e 54
anos. Kaká é o mais popular entre os que têm 55 anos ou mais.
"O Ronaldinho tem esse retorno porque ele é espetacular,
tem sua assinatura nas jogadas.
O futebol é um entretenimento, e ele é perfeito para isso", diz
César Gualdani, diretor da divisão brasileira da TNS e um dos
responsáveis pela pesquisa.
"Já o Kaká é mais reconhecido por sua eficiência, por ser
um jogador completo", acrescenta Renato Mahfuz, também
diretor da multinacional.
O levantamento da TNS
mostra que há uma carência de
ídolos nos grandes clubes brasileiros. Os torcedores quase
não se lembram de quem joga
em seus times de coração.
O atleta mais bem colocado
que joga no Brasil é o são-paulino Rogério, no oitavo posto.
Ronaldo, que também está sem
jogar e recentemente se envolveu em um escândalo com travestis, é o quarto colocado, com
5,71%. Alexandre Pato, reserva
no Milan, é o quinto preferido.
Antes do goleiro do São Paulo
ainda aparece Romário, que
anunciou neste ano sua aposentadoria dos gramados.
O segundo colocado na pesquisa, entre os atletas que
atuam no país, é um estrangeiro, o meia chileno Valdivia, ídolo da torcida palmeirense.
"A interpretação da pesquisa
é que hoje os ídolos não estão
presentes. Os que estão aqui
não têm repercussão nacional.
O que mais se aproxima disso é
o Rogério", afirma Mahfuz.
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