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AÇÃO
Queda do muro
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Há pelo menos cinco anos os
frequentadores da praia de
Maresias, São Sebastião (SP), lutam contra a construção de um
condomínio residencial gigante
no Canto do Moreira, um pedaço
de praia e mar especial para os
amantes da natureza e do surfe.
Mas, como o caminho para a
aprovação de projetos desse porte
é obscuro, pouco puderam fazer
contra a força dos empreendedores. Ainda assim, conseguiram
uma expressiva redução do projeto de 40 casas previstas originalmente, "só" 25 foram erguidas.
É difícil entender como uma
obra que afronta regras tão básicas de edificação, como respeitar
a distância de 15 metros de um rio
ou do oleoduto da Petrobras que
passa por ali, possa estar prestes a
ser concluída.
No momento, ao menos uma
parte da obra está embargada.
Quando as retroescavadeiras invadiram a praia para a construção de um muro na faixa da
areia, a mobilização local chamou a atenção da prefeitura, que
brecou as máquinas.
O condomínio Canto dos Coqueiros está lá, para conforto de
poucos e o desconforto da maioria. Não bastasse toda a agressão
já imposta, querem murar uma
faixa de areia e sabe-se lá fazer o
que com o rio. O estrago já foi feito, e pode ficar pior se o embargo
não for mantido. O impacto ambiental é inevitável, mas uma das
melhores ondas do país ainda pode ser salva.
Outra empresa que tem tradição na agressão ao meio ambiente, a Petrobras, vem tentando se
redimir. Nos últimos meses, a empresa, que sempre teve os olhos
voltados para o mar só para a
prospecção de petróleo, passou a
investir em eventos esportivos
aquáticos. E o surfe, que expressa
a relação harmoniosa do homem
com a natureza, tem destaque.
Patrocínios de provas de bodyboarding, longboarding, surfe
masculino e feminino fazem parte da agenda. A mais importante
delas começou ontem na praia da
Joaquina, Florianópolis (SC). A
prova abre a perna brasileira do
circuito mundial de surfe, abortado em 2001 devido aos ataques
terroristas, fundamental para as
pretensões brasileiras no tour.
Cerca de 150 surfistas de nove
países estão inscritos para a etapa, que vale 1.500 pontos para o
WQS, ranking que classifica 15
atletas entre os 42 que disputarão
a temporada de 2003 no WCT, a
principal divisão.
Atualmente dez brasileiros disputam o WCT, todos em posições
pouco confortáveis no ranking, o
que faz aumentar a importância
do Petrobras Open Surf. Oito deles já estão confirmados para a
prova, dois felizmente continuam
em Mundaka, Espanha, aguardando o reinício do Billabong
Pro, décima etapa do mundial.
Os irmãos Teco e Neco Padaratz
estão entre os oito classificados da
última etapa européia do ano, cujo período de espera vai até o dia
21. Eles enfrentarão os atuais líder (Andy Irons) e vice-líder (Luke Egan) da temporada assim que
o mar subir.
Na semana passada, Neco venceu ambos para chegar ao título
da etapa francesa. A vitória em
Hossegor tirou Neco das últimas
posições e o aproximou da zona
de classificação. Um novo resultado positivo pode deixá-lo em situação privilegiada para a próxima etapa, aqui no Brasil. O mesmo vale para seu irmão, campeão
do WCT brasileiro em 1991.
Eco challenge
Após cinco dias, 20 das 81 equipes já abandonaram a prova, entre
elas a AXN Atenah. A Canon Quasar Lontra e a Ema Brasil seguem.
Adventure Fair
A quarta edição da feira de esportes e aventura começa dia 30 no
Pavilhão da Bienal. A novidade é a mostra de filmes de montanha.
Skate
Neste fim de semana em Curitiba, PR, acontece a quinta etapa do
Brasileiro, valendo vaga para a etapa do Mundial que acontece nos
dias 8, 9 e 10 de novembro em São Paulo.
Alpinismo
Após uma saída conturbada para o Himalaia, Waldemar Niclevicz
acaba de voltar. E outra matéria publicada na revista "Época" o põe
em xeque. Ele dará uma coletiva no dia 24.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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