São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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AÇÃO

Queda do muro

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Há pelo menos cinco anos os frequentadores da praia de Maresias, São Sebastião (SP), lutam contra a construção de um condomínio residencial gigante no Canto do Moreira, um pedaço de praia e mar especial para os amantes da natureza e do surfe.
Mas, como o caminho para a aprovação de projetos desse porte é obscuro, pouco puderam fazer contra a força dos empreendedores. Ainda assim, conseguiram uma expressiva redução do projeto de 40 casas previstas originalmente, "só" 25 foram erguidas.
É difícil entender como uma obra que afronta regras tão básicas de edificação, como respeitar a distância de 15 metros de um rio ou do oleoduto da Petrobras que passa por ali, possa estar prestes a ser concluída.
No momento, ao menos uma parte da obra está embargada. Quando as retroescavadeiras invadiram a praia para a construção de um muro na faixa da areia, a mobilização local chamou a atenção da prefeitura, que brecou as máquinas.
O condomínio Canto dos Coqueiros está lá, para conforto de poucos e o desconforto da maioria. Não bastasse toda a agressão já imposta, querem murar uma faixa de areia e sabe-se lá fazer o que com o rio. O estrago já foi feito, e pode ficar pior se o embargo não for mantido. O impacto ambiental é inevitável, mas uma das melhores ondas do país ainda pode ser salva.

Outra empresa que tem tradição na agressão ao meio ambiente, a Petrobras, vem tentando se redimir. Nos últimos meses, a empresa, que sempre teve os olhos voltados para o mar só para a prospecção de petróleo, passou a investir em eventos esportivos aquáticos. E o surfe, que expressa a relação harmoniosa do homem com a natureza, tem destaque.
Patrocínios de provas de bodyboarding, longboarding, surfe masculino e feminino fazem parte da agenda. A mais importante delas começou ontem na praia da Joaquina, Florianópolis (SC). A prova abre a perna brasileira do circuito mundial de surfe, abortado em 2001 devido aos ataques terroristas, fundamental para as pretensões brasileiras no tour.
Cerca de 150 surfistas de nove países estão inscritos para a etapa, que vale 1.500 pontos para o WQS, ranking que classifica 15 atletas entre os 42 que disputarão a temporada de 2003 no WCT, a principal divisão.
Atualmente dez brasileiros disputam o WCT, todos em posições pouco confortáveis no ranking, o que faz aumentar a importância do Petrobras Open Surf. Oito deles já estão confirmados para a prova, dois felizmente continuam em Mundaka, Espanha, aguardando o reinício do Billabong Pro, décima etapa do mundial.
Os irmãos Teco e Neco Padaratz estão entre os oito classificados da última etapa européia do ano, cujo período de espera vai até o dia 21. Eles enfrentarão os atuais líder (Andy Irons) e vice-líder (Luke Egan) da temporada assim que o mar subir.
Na semana passada, Neco venceu ambos para chegar ao título da etapa francesa. A vitória em Hossegor tirou Neco das últimas posições e o aproximou da zona de classificação. Um novo resultado positivo pode deixá-lo em situação privilegiada para a próxima etapa, aqui no Brasil. O mesmo vale para seu irmão, campeão do WCT brasileiro em 1991.

Eco challenge
Após cinco dias, 20 das 81 equipes já abandonaram a prova, entre elas a AXN Atenah. A Canon Quasar Lontra e a Ema Brasil seguem.

Adventure Fair
A quarta edição da feira de esportes e aventura começa dia 30 no Pavilhão da Bienal. A novidade é a mostra de filmes de montanha.

Skate
Neste fim de semana em Curitiba, PR, acontece a quinta etapa do Brasileiro, valendo vaga para a etapa do Mundial que acontece nos dias 8, 9 e 10 de novembro em São Paulo.

Alpinismo
Após uma saída conturbada para o Himalaia, Waldemar Niclevicz acaba de voltar. E outra matéria publicada na revista "Época" o põe em xeque. Ele dará uma coletiva no dia 24.

E-mail sarli@revistatrip.com.br



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