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Prancheta do PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br
Uma aula de 3-5-2
O São Paulo está perto de se
tornar o terceiro time campeão
brasileiro atuando no 3-5-2.
Mas, diferente do Atlético-PR
de 2001 e do Corinthians de
2005, o Tricolor de hoje usa esse sistema como idealizavam
seus criadores. No meio-de-campo, todos são armadores.
"Temos só o Jean um pouco
mais recuado", costuma dizer
Muricy Ramalho. O técnico demorou para repetir a formação
que pudesse adaptar um cabeça-de-área -Jean-, e mesmo
com ele formar uma linha de
cinco armadores.
Contra o Figueirense, você
viu Jorge Wagner dar sua 23ª
assistência do ano, para o gol de
Borges. Viu Jean finalizar de
longa distância e levar perigo
ao gol de Wilson. Viu Hernanes, Joílson e Hugo participando das ações ofensivas. Um time que cria com cinco homens
tem mais gente do que qualquer rival, no setor vital do jogo.
O sistema com três zagueiros
foi usado nos anos 80 pelo alemão Sepp Piontek com o princípio do ataque. Se o adversário
tinha só dois atacantes, por que
usar quatro defensores? A resposta foi trocar um zagueiro
por um armador. Mas Atlético-PR e Corinthians não conseguiam tanta criatividade no
meio-de-campo, quando foram
campeões jogando assim. Era o
Atlético-PR de Cocito, o Corinthians de Bruno Octávio.
Antes de chegar à formação
ideal, que anuncia o tricampeonato, o São Paulo disputou suas
melhores partidas de 2008 nas
raras vezes em que usou uma linha de cinco armadores. Foram os jogos contra o Santos,
no Paulistão, o Fluminense, na
Libertadores, o Palmeiras na
semifinal do Paulistão. Ontem,
até Joílson, normalmente o
menos competente dos armadores, usou a ala direita para
criar jogadas para o gol de Hugo
e para oferecer outro para Dagoberto. A aula de 3-5-2 do Tricolor na reta de chegada do
Brasileirão não pára aí. Importante também é ver Dagoberto,
Borges, Hugo, Hernanes e Jorge Wagner avançando a marcação e tomando bolas perto do
gol adversário. Joílson, sempre
ele, quase marcou numa bola
roubada de William Matheus.
Se o país é dos três zagueiros,
se quatro dos cinco candidatos
ao título jogam assim, o natural
é que vença o campeonato
quem melhor aplica o sistema.
O São Paulo mostrou ontem
que é esse time.
IBSON, O PROFESSOR
Num jogo em que o Palmeiras tentaria anular os laterais, essencial para o Flamengo era ter Kléberson e
Ibson ligados. Os dois são os
mais irregulares da campanha do Flamengo, mas ninguém nega a eles o rótulo de
bons jogadores. Ibson destruiu, com a companhia
sempre fiel de Kléberson.
3-5-2, NÃO!
O jogo contra o Flamengo
era para ter o Palmeiras com
Martinez no meio e Pierre
na marcação a Marcelinho
Paraíba, que se desloca como
meia e deixa Obina como
único atacante fixo. O Palmeiras ganharia poder de
marcação e de criação. Para
o Palmeiras, não era dia de
jogar com três zagueiros.
PRISÃO NELES
Os erros de Vanderlei Luxemburgo, que não levava cinco gols numa partida desde que seu Santos levou 5 a 0 do Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de 1997, não justificam os idiotas que o agrediram no aeroporto de Congonhas na sexta-feira passada. Nem que a pressão continue
nesta semana. Futebol é de erro e acerto. A Polícia Militar
deve explicações sobre o que houve em Congonhas e precisa apresentar os culpados.
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