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além da fronteira
Inter é Brasil, e Barcelona é o mundo na decisão
Time gaúcho, como o rival, tem apenas um atleta de Porto Alegre no Mundial
Representante brasileiro na final no Japão conta com jogadores de oito Estados diferentes e desafia equipe de nove nacionalidades
PAULO GALDIERI
RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje, o Internacional é tanto
de Porto Alegre quanto o Barcelona. Luiz Adriano e Ronaldinho são os únicos jogadores envolvidos na decisão do Mundial
de Clubes que nasceram na capital gaúcha. O primeiro, revelação colorada, começa na reserva. O segundo, um fenômeno gremista, é a principal arma
da equipe favorita ao título.
Os dois clubes, que prezam
muito o regionalismo, levam na
verdade muitas bandeiras. Nenhum dos prováveis titulares
do Inter hoje nasceu no Rio
Grande do Sul. E no time catalão só um dos que começam jogando é da região de Barcelona.
No elenco colorado que está
em Yokohama, palco da final de
hoje às 8h20 (horário de Brasília), há jogadores de oito Estados diferentes, e o técnico Abel
Braga é carioca. No grupo espanhol, que tem os desfalques do
camaronês Eto'o e do argentino Messi, constam nove nacionalidades, e o treinador, Frank
Rijkaard, vem da Holanda.
O viés nacional do Internacional e o caráter global do Barcelona ajudam a pôr o clube europeu como favorito na disputa
do terceiro Mundial de Clubes
da Fifa. A equipe, com gols de
quatro gringos diferentes, deu
show contra o América do México nas semifinais (4 a 0) e deve ver pelo terceiro ano seguido, amanhã, seu maior astro ser
eleito o melhor do mundo.
Já o time gaúcho, que passou
com aperto pelo Al Ahly, do
Egito, por 2 a 1, com gols de dois
adolescentes ""pratas da casa",
espera hoje pela confirmação,
em especial, do atacante Alexandre Pato, de apenas 17 anos.
O Inter defende uma invencibilidade brasileira em interclubes da Fifa. Corinthians,
Vasco, São Paulo e o próprio Inter já atuaram pela competição
e não saíram derrotados no
tempo normal. São dez jogos
sem revés e dois títulos em
duas edições: Corinthians, em
2000, e São Paulo, em 2005.
A equipe gaúcha tenta igualar o arqui-rival Grêmio, que foi
campeão mundial em 1983 -se
juntaria também a Flamengo e
Santos, outros clubes do país
que já ganharam o planeta.
""Será o jogo mais importante
da história do clube. Esperamos colocar mais uma vez nossos nomes nessa história", afirmou o goleiro maranhense Clemer, que foi peça importante
na conquista inédita da Libertadores na metade do ano.
O Barcelona, atual bicampeão espanhol e campeão europeu, também tenta um título
mundial pela primeira vez. Ronaldinho, que não foi bem na
Copa do Mundo deste ano, pode ganhar seu primeiro Mundial de Clubes -no mesmo local em que foi penta em 2002.
Parecidos hoje na política de
atrair sócios, Inter e Barça vivem mundos diferentes. Mas o
mundo é um só, e será de só um.
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