São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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além da fronteira

Inter é Brasil, e Barcelona é o mundo na decisão

Time gaúcho, como o rival, tem apenas um atleta de Porto Alegre no Mundial

Representante brasileiro na final no Japão conta com jogadores de oito Estados diferentes e desafia equipe de nove nacionalidades


PAULO GALDIERI
RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje, o Internacional é tanto de Porto Alegre quanto o Barcelona. Luiz Adriano e Ronaldinho são os únicos jogadores envolvidos na decisão do Mundial de Clubes que nasceram na capital gaúcha. O primeiro, revelação colorada, começa na reserva. O segundo, um fenômeno gremista, é a principal arma da equipe favorita ao título.
Os dois clubes, que prezam muito o regionalismo, levam na verdade muitas bandeiras. Nenhum dos prováveis titulares do Inter hoje nasceu no Rio Grande do Sul. E no time catalão só um dos que começam jogando é da região de Barcelona.
No elenco colorado que está em Yokohama, palco da final de hoje às 8h20 (horário de Brasília), há jogadores de oito Estados diferentes, e o técnico Abel Braga é carioca. No grupo espanhol, que tem os desfalques do camaronês Eto'o e do argentino Messi, constam nove nacionalidades, e o treinador, Frank Rijkaard, vem da Holanda.
O viés nacional do Internacional e o caráter global do Barcelona ajudam a pôr o clube europeu como favorito na disputa do terceiro Mundial de Clubes da Fifa. A equipe, com gols de quatro gringos diferentes, deu show contra o América do México nas semifinais (4 a 0) e deve ver pelo terceiro ano seguido, amanhã, seu maior astro ser eleito o melhor do mundo.
Já o time gaúcho, que passou com aperto pelo Al Ahly, do Egito, por 2 a 1, com gols de dois adolescentes ""pratas da casa", espera hoje pela confirmação, em especial, do atacante Alexandre Pato, de apenas 17 anos.
O Inter defende uma invencibilidade brasileira em interclubes da Fifa. Corinthians, Vasco, São Paulo e o próprio Inter já atuaram pela competição e não saíram derrotados no tempo normal. São dez jogos sem revés e dois títulos em duas edições: Corinthians, em 2000, e São Paulo, em 2005.
A equipe gaúcha tenta igualar o arqui-rival Grêmio, que foi campeão mundial em 1983 -se juntaria também a Flamengo e Santos, outros clubes do país que já ganharam o planeta.
""Será o jogo mais importante da história do clube. Esperamos colocar mais uma vez nossos nomes nessa história", afirmou o goleiro maranhense Clemer, que foi peça importante na conquista inédita da Libertadores na metade do ano.
O Barcelona, atual bicampeão espanhol e campeão europeu, também tenta um título mundial pela primeira vez. Ronaldinho, que não foi bem na Copa do Mundo deste ano, pode ganhar seu primeiro Mundial de Clubes -no mesmo local em que foi penta em 2002.
Parecidos hoje na política de atrair sócios, Inter e Barça vivem mundos diferentes. Mas o mundo é um só, e será de só um.


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