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Após 14 anos, Barcelona busca o seu maior salto
De novo contra com um time brasileiro, catalães querem apagar decepção de 92
Begiristain e Eusebio, titulares diante do São Paulo na decisão anterior, integram atual comissão técnica e relembram perda
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ficamos com a sensação de
que talvez, se tivéssemos nos
preparado melhor, se tivéssemos tido mais dias..."
A frase é de Eusebio, um dos
jogadores do Barcelona que há
14 anos esteve no Japão e perdeu a chance de conquistar o título mundial. Ela é a síntese da
prova contrária de que todos os
times europeus que viajam ao
Japão para disputar o Mundial
dão pouca ou nenhuma importância à conquista.
O sentimento de amargura
pela perda em 1992 acompanha
a equipe que hoje enfrenta o Internacional em Yokohama. Eusebio, ao lado de Txiki Begiristain representa aquela geração
que levou a virada do São Paulo
(2 a 1) e viu o Mundial se esvair,
mesmo com todo o favoritismo
a seu favor. "Foi uma grande
decepção", diz Begiristain, no
site oficial do Barcelona.
Por isso, ainda com as feridas
abertas há 14 anos -a partida
de hoje é chamada pelo clube
de "a segunda oportunidade"-,
o "Dream Team 2", apelido que
os torcedores deram à equipe
atual, tenta apagar a decepção
vivida pelo "Dream Team 1".
O Mundial foi o título que faltou para o grupo treinado pelo
holandês Johan Cruyff, e que
tinha um meio-campista estrangeiro, o búlgaro Hristo
Stoichkov, como ícone de futebol técnico e bonito.
Buraco que o elenco dirigido
pelo holandês Rijkaard e que
tem a habilidade de Ronaldinho como a principal atração
tenta consertar.
Uma eventual conquista hoje
também faz da geração atual a
mais prestigiada da história
centenária do Barcelona. E pode ajudar a tirar a dúvida de
qual dos times do sonhos é o
melhor, já que as semelhanças
entre eles transformam o exercício de comparação inevitável
entre os torcedores.
A importância de suprir a ausência de um título mundial em
sua galeria de troféus mostra-se pelas atitudes que a delegação atual tomou. O Barcelona
procurou não cometer os mesmos erros de 1992.
Um dele deles foi chegar em
cima da hora ao Japão. "Daquela vez chegamos três dias antes
do jogo. A pergunta que nos fazíamos era quem havia dormido ou não. Isso custou mais a
alguns do que a outros", relembra Begiristain.
Agora, o elenco chega ao confronto decisivo com uma semana de adaptação ao fuso horário
do território japonês e depois
de ter feito pelo menos três
treinamentos.
Outra lição aprendida foi a da
humildade. "Quando se enfrenta um rival de outro continente
não se tem muitas referências.
Não se sabe o nível que o adversário terá. Temos que estar preparados", diz Eusebio. Em
1992, o Barcelona pouco ou nada fez para tentar conhecer o
São Paulo antes de enfrentá-lo.
No entanto, talvez a principal
lição para o "Dream Team 2"
não esteja no que eles tem de
fazer, mas naquilo que eles não
pretendem repetir. A triste viagem de volta à Espanha sem o
inédito título de campeão mundial, narrada por Begiristain:
"Foi estranha. Alguns de nós íamos depois com a seleção. Viajamos separados. E isso o
Cruyff não gostou. Também, tinha razão. Quando se ganha,
viajam todos juntos."
Ronaldinho, Deco e companhia esperam poder voltar num
astral diferente. Felizes e "colados" uns nos outros. De preferência, com um cobiçado troféu
no meio deles.0
(PAULO GALDIERI, RENAN CACIOLI E RODRIGO BUENO)
NA TV - Internacional x Barcelona ESPN Brasil, Globo e Sportv, 8h20
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