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FUTEBOL
Barcelona-Holanda
RODRIGO BUENO
COLUNISTA DA FOLHA
"A necessidade de ganhar, de conseguir a vitória, contribuiu muito para o desenvolvimento da tática nas equipes de futebol. No entanto, pagou-se um alto preço por isso."
A frase acima é uma das que
constam no caderninho de Rinus
Michels, primeiro técnico holandês a dirigir o Barcelona.
O mentor da ""Laranja Mecânica" foi quem na verdade abriu as
portas para a penca de holandeses que prestaram serviços ao
atrativo time catalão.
Davids tornou-se nos últimos
dias o 17º jogador holandês a servir o Barça. A lista é encabeçada
pelo mais famoso de todos eles:
Johan Cruyff. O principal nome
do "carrossel" chegou a Barcelona em 1973 pelas mãos de Michels, que, para o bem do futebol
mundial, foi liberado pelo clube
de Ronaldinho para dirigir a Holanda na Copa de 1974.
Desde os anos 70, a relação entre o Barcelona e a Holanda é
próxima. Na era Van Gaal, oito
holandeses chegaram a integrar o
elenco. Na atual era (?) Rijkaard,
já são seis "laranjas" -o dobro
do número de espanhóis na
"plantilla", pois o clube dá como
catalães dez de seus atletas.
Quando Cruyff foi técnico do
"Dream Team" (como é chamado, não modestamente, o time
que venceu quatro ligas espanholas e a Copa dos Campeões-92),
Koeman e Witschge estavam lá.
E na época do Cruyff jogador
Neeskens já tratou de bater os números do parceiro (80 jogos e seis
gols a mais que o amigo).
Koeman e Guus Hiddink estavam cotados para assumir a comissão técnica do time espanhol
no lugar de Rijkaard, que conta
com a proteção do poderoso
Cruyff (até Jordi, seu filho, jogou
lá quase cem partidas).
Dono de todos os recordes entre
os holandeses que jogaram no time (350 jogos e 105 gols), o atual
técnico do Ajax não tem pressa.
Sabe que seu futuro está no banco
de reservas do Camp Nou.
E sabe que é uma voz conterrânea que apita mesmo hoje no seu
ex-clube. Cruyff sempre teve força
nos bastidores, mas depois das últimas eleições manda com mais
intensidade. Dita as ações do diretor Txiqui Beguiristain e desfruta de uma ótima relação com o
presidente Joan Laporta.
Davids já esteve para se transferir para o Barcelona em 1997,
quando Van Gaal o indicou. Ele
estava em uma lista junto com
Bogarde, porém só o lateral foi
para o time de Overmars, Kluivert, Cocu, Reiziger e Van Bronckhorst naquela ocasião.
Mas por que essa relação tão
próxima entre o clube azul e grená e a seleção laranja?
O estilo ofensivo e não tão preocupado com o resultado é um
compromisso que as duas equipes
têm com a torcida. Barcelona e
Holanda costumam primar pelo
jogo bonito e limpo, com muito
toque de bola e movimentação.
Títulos mundiais ainda não foram conquistados, mas ambos
buscam o futebol-arte.
O Barcelona, faz tempo, está
atrás de uma série de equipes taticamente bem trabalhadas, mas é
talvez o único clube rico que prefere pagar altos preços por holandeses do que o alto preço a que se
refere Rinus Michels.
Real Madrid-Coca-Cola
Resultado interessante teve um estudo realizado pela empresa Landor Associates sobre o impacto sociológico da marca Real Madrid.
Mais de dez mil entrevistados dos países que possuem as principais
ligas do mundo destacaram o nome do clube como primeira marca
do futebol mundial. O estudo concluiu que o nome Real Madrid repercute comparavelmente à marca Coca-Cola e até à Igreja Católica.
Boca Juniors-Tévez
Esse casamento é algo mesmo forte. Especula-se que o mais badalado jogador argentino da atualidade tenha recebido uma proposta de
US$ 33 milhões de um poderoso clube europeu. O atleta, que já peitou a Fifa pelo seu clube ao não jogar o Mundial sub-20, teria recusado a oferta "só" pelo seu amor à camisa.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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