JOÃO CARLOS BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras não sabe o que quer para a partida de hoje contra a Universidad de Chile, em Santiago, pela Taça Libertadores.
O que parece óbvio, buscar uma vitória, não é tão óbvio assim, ao menos para o técnico Celso Roth e o lateral-esquerdo Felipe.
O primeiro admitiu que poderá escolher o adversário palmeirense na próxima fase, para a qual sua equipe já está classificada. Resta em disputa, com o Cerro Porteño (Paraguai), a liderança da chave.
O treinador deixou em aberto a possibilidade de pedir para seus atletas tentarem não vencer um dos dois jogos que ainda disputarão na etapa inicial -às 21h40 de hoje, contra a Universidad, e na próxima quarta, contra o Cerro.
Como a última partida palmeirense na primeira fase acontecerá em casa, seria mais indicado adotar a estratégia nesta noite.
A intenção é evitar o confronto com o Cruz Azul (México), considerado o mais forte do Grupo 7 e líder da chave. O primeiro colocado do grupo palmeirense, o 2, enfrentará o vice-líder do 7, e o segundo do 2, o vencedor do 7.
Apesar de hoje liderar sua chave, o Cruz Azul poderá terminar em segundo, já que o Olmedo (Equador), em terceiro lugar, ainda tem dois jogos por disputar, contra um dos mexicanos e um do Defensor Sporting (Uruguai), o vice-líder. Em sua última partida, os equatorianos enfrentarão justamente o Cruz Azul.
Um fator que não mudará conforme o futuro adversário é a altitude, pois tanto Riobamba, do Olmedo, quanto a Cidade do México, do Cruz Azul, estão a mais de 2.000 m acima do nível do mar.
O que Roth não admite, porém, é divulgar o que pedirá a seus jogadores. ""Não vamos colocar esse tipo de coisa em público", disse.
Entre os atletas, a linha do técnico de admitir abrir mão de uma vitória é seguida em parte por Felipe e desprezada pelo meia Alex.
Nas contas do lateral, o Palmeiras tentará conquistar quatro pontos dos seis que ainda disputará. ""O empate fora de casa, que é mais difícil de ser conseguido, está de bom tamanho", afirmou.
Já Alex, estrela da equipe, não admite a possibilidade de desprezar a liderança. ""Eu sou da opinião de que sempre temos que jogar para ser primeiro", disse.
""Acredito que vamos atuar para frente e, se perdermos, será pela qualidade do rival", completou.
Pelo menos nesse aspecto, a busca do ataque, o meia deverá ter o respaldo de seu treinador.
Para a partida de hoje, Roth deverá retomar o sistema que adotou em seus dois primeiros jogos no Palmeiras, com dois volantes, dois meias e dois atacantes.
Assim, seria reeditada a dupla de armação com Alex e Lopes, o que deixaria a equipe mais ofensiva em relação às últimas partidas, nas quais atuou com três volantes.