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Zagueiro rompe silêncio e chama algoz de "senhor"
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua primeira entrevista
desde que saiu da prisão, o argentino Desábato se referiu como "senhor Grafite" ao atacante são-paulino que o acusa de
injúria grave pelo uso de expressões racistas.
Ontem à noite, o "Fantástico", da TV Globo, mostrou as
primeiras declarações do zagueiro à imprensa -ele nem
sequer falou com meios de comunicação de seu país.
"Quando vi o delegado, achei
que era alguém do controle antidoping", afirmou Desábato
ao narrar o momento de sua
detenção no Morumbi.
Como a Folha antecipou na
sexta, o argentino afirmou de
novo que se sentiu "como um
delinqüente" nas mais de 36
horas que ficou preso no Brasil.
Ele também disse que foi
maltratado pela polícia, citando o fato de ter permanecido
sob custódia "sozinho numa
cela de 1,5 m por 3 m ou 4 m de
largura, sem nem sequer um
lugar para sentar".
Na casa do presidente do
Quilmes, onde falou com a TV,
Desábato reclamou de ter sido
revistado por sete ou oito policiais, que o deixaram algemado
enquanto esteve fora da cela.
Após a entrevista, anteontem, o atleta foi de encontro à
família, no interior do país, sem
previsão de volta a Quilmes.
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