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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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FUTEBOL

Corintianos, palmeirenses e são-paulinos vivenciam crises simultâneas

"Trio de Ferro" compartilha frustrações na temporada

PAULO GALDIERI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Corinthians, o sonho da conquista da Libertadores acabou. O São Paulo viu sua obsessão pelo título da Copa do Brasil e a consequente volta à competição sul-americana ser de novo adiada. Já o Palmeiras vive seus dias mergulhado em um pesadelo chamado segunda divisão e teme que o poço em que se meteu seja ainda mais fundo do que o imaginado.
A situação remete o futebol do Estado a um panorama absolutamente impensado há só um ano.
O "Trio de Ferro" está em baixa como poucas vezes na história.
Os maiores times da capital, responsáveis por um domínio quase hegemônico no país durante toda a década passada -conquistaram títulos de relevância nacional e internacional de todos os níveis -, passam violenta turbulência.
Financeiramente, a dificuldade é enorme. Corinthians e São Paulo assumiram atrasos em pagamentos aos atletas, jogando no lixo a fama dos grandes paulistas de ""bons pagadores". O Palmeiras apelou para a política do ""bom e barato", o que acabou custando caro. Hoje o time não ganha da TV nem do Clube dos 13 o mesmo que lucrava quando era da elite.
As três maiores torcidas do Estado, inconformadas, periodicamente fazem protestos contra diretorias, jogadores e treinadores.
Sem técnico há duas semanas, o São Paulo, outrora modelo de clube bem administrado e com presença constante nas comemorações de títulos, está há nove anos longe da competição mais importante do continente. Desde que perdeu o tricampeonato em pleno Morumbi, em 1994, o clube não consegue voltar à Libertadores.
Para piorar, no âmbito nacional a situação não é muito diferente. De 1991 -ano em que levantou seu último Brasileiro- para cá, o clube chegou (e perdeu) apenas uma vez a uma decisão nacional: a Copa do Brasil de 2000.
Nos últimos tempos, a situação tem se agravado, com as pressões internas pela falta de conquistas e a cada vez mais acirrada disputa política no clube, que tem eleições sempre a cada dois anos.
Os corintianos experimentaram uma de suas maiores frustrações nos últimos dias com uma eliminação precoce do torneio que mais anseiam. Na caça aos culpados pelo fracasso, diretores, técnicos e atletas foram atingidos.
O clube deixou de ganhar a competição quando tinha o apoio do fundo HMTF. Manteve-se competitivo com as próprias pernas no âmbito estadual e nacional, mas ainda não projetou seu nome como queria fora do país.
O Palmeiras segue com o presidente Mustafá Contursi apesar das críticas e da oposição de quase todos os diretores e torcedores após o rebaixamento da equipe.
Vexames em campo, bate-bocas entre técnico, atletas e dirigentes, exposição de crise interna...
Com vários jogadores de qualidade discutível, o time não consegue atrair tantos torcedores como fez o Fluminense em sua queda.
Poucos dias após a saída de Oswaldo de Oliveira do São Paulo, o trabalho de Jair Picerni no Palmeiras foi contestado, assim como o de Geninho no Corinthians.
Nem ídolos, como o palmeirense Marcos, o são-paulino Kaká e o corintiano Kléber, estão sendo poupados de críticas. Será o fim?



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