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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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F-1

Michael Schumacher larga em primeiro na Áustria, e brasileiro alega estratégia diferente para justificar a quinta posição

Ferrari festeja pole, e Barrichello se irrita

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ZELTWEG

Era para ter sido um dia de festa da Ferrari após uma das mais fantásticas poles positions de Michael Schumacher. Mas não foi.
O ambiente ficou carregado com a irritação de Rubens Barrichello, quinto colocado no grid do GP da Áustria, a sua pior posição de largada neste campeonato -igual à da corrida da Malásia.
Nervoso, o piloto brasileiro parou a Ferrari número dois no parque fechado de Zeltweg e deu a volta por trás dos boxes, evitando a imprensa. Quando apareceu, minutos depois e ainda de cara fechada, continuou calado.
Barrichello só foi falar uma hora e meia após o treino, com a cabeça mais fresca. Tentou dissimular. Alegou uma estratégia diferente em relação a Schumacher.
"Não foi uma boa posição, mas fiz escolhas diferentes de gasolina e outras coisas. Vamos ver se, na corrida, essa estratégia compensa", afirmou. "Só que não achei que fosse ficar tão atrás. Na hora, bateu aqueles cinco minutos de nervosismo, mas tudo bem."
É com esse espírito que Barrichello largará às 9h (de Brasília), com TV, para a sexta etapa da temporada, o GP da Áustria.
O contraste no caminhão da Ferrari era flagrante. Enquanto o brasileiro reclamava, Schumacher comemorava o resultado com uma vibração incomum.
Ontem, apesar da reação dos adversários e de uma armadilha do regulamento, cravou a quarta pole do ano, a 54ª da carreira.
"Estou muito feliz com essa pole. É o tipo de resultado que satisfaz, porque os tempos foram muito próximos", declarou.
Ontem, como em nenhum outro treino nesta temporada, os últimos pilotos a irem para a pista ficaram em desvantagem. Com o asfalto cheio de terra após escapadas de Fernando Alonso, David Coulthard, Jenson Button, Mark Webber e Jacques Villeneuve, a dupla da Ferrari precisou de cuidados extras para não errar.
Barrichello, porém, sucumbiu à sujeira no circuito. O carro balançou na primeira curva, ele cometeu dois erros na sua volta e ficou longe dos primeiros colocados.
Último a entrar na pista -fora o mais rápido anteontem-, o alemão mostrou porque é o melhor do mundo. Apesar da imundice do asfalto e de ter perdido 0s2 no primeiro trecho, se recuperou e fechou a volta com 0s039 de folga para Kimi Raikkonen.
Acostumados às façanhas do alemão, nem os mecânicos da Ferrari acreditaram. Assim que ele cruzou a linha de chegada, levaram as mãos às cabeças, como num movimento ensaiado, surpresos com a recuperação
"Cometi um erro na segunda curva, mas consegui tracionar e recuperar o embalo. Tenho que agradecer aos meus engenheiros, porque o balanço do meu carro está perfeito desde sexta-feira", disse o pentacampeão. "Nós estamos preparados para tudo."
Essa preparação inclui a possibilidade de chuva. Segundo a meteorologia, há boas chances de o GP acontecer com pista molhada.
Entre os outros pilotos brasileiros, o mais bem colocado no grid foi Antonio Pizzonia, em nono lugar -seu companheiro, Webber, larga em 17º.
"Isso tira um peso dos ombros", disse o amazonense, que há duas semanas estava ameaçado de demissão. Cristiano da Matta, da Toyota, foi o 13º.


NA TV - GP da Áustria, Globo, ao vivo, às 9h


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