São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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Sem marcar gols, Gil marca rivais

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Quebrar o jejum de seis meses sem marcar gols ficou ainda mais difícil para o atacante Gil. O corintiano mudou de função, se afastou da área e terminou as últimas duas partidas como o jogador mais violento da equipe.
Ele foi obrigado a recuar para armar o time e ajudar na marcação. Diante do Vitória, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, na estréia de seu novo posicionamento, cometeu seis faltas.
Anteontem, contra o Guarani, pelo Campeonato Brasileiro, foi ainda mais violento: acumulou sete infrações. O Corinthians ganhou as duas partidas por 1 a 0.
Diante do time de Campinas, ele fez três faltas a mais que o volante Fabinho, um dos encarregados de marcar os rivais. Wendel, outro jogador da posição, fez seis.
"Jogadores habilidosos, como o Gil, têm dificuldade para marcar. Por isso, é normal o fato de ele fazer mais faltas agora", afirmou o treinador Oswaldo de Oliveira.
Ele recorre a Kaká, meia-atacante que treinou no São Paulo, para explicar a situação de Gil.
"Com o Kaká, aconteceu a mesma coisa. Pedi para ele ajudar na marcação e o número de faltas começou a aumentar. Leva um tempo para o atacante se adaptar."
Em 2002, Kaká, hoje astro do Milan, pediu a Oliveira, em vão, que não tivesse mais a obrigação de marcar porque estava tomando seguidos amarelos.
Faltoso, Gil falha ao tentar roubar a bola. Contra o Guarani, fez três desarmes, quatro a menos que o atacante Marcelo Ramos.
No ataque, só concluiu um lance. No meio, fez um lançamento.
Gil não reclama das ordens do técnico. "Ficou mais difícil marcar gols, mas servir os companheiros também é uma função importante", disse o jogador.
O jejum de gols incomoda. O último que marcou foi na vitória de 2 a 0 sobre o Goiás, no dia 9 de novembro de 2003. "Fico aflito com essa situação", afirmou.
No Brasileiro, Gil já tem média de faltas superior à de outros atacantes, como o palmeirense Vágner e o são-paulino Luis Fabiano. O santista Robinho é mais faltoso.
Gil continuará com a mesma função amanhã, diante do Vitória, em Salvador. O Corinthians precisa de um empate para ir às semifinais da Copa do Brasil.


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