São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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TÊNIS

CBT abandona intenção de fazer eleição no dia 2 e desestimula o capitão que foi peça-chave para formar o último time

Até equipe-tampão é dúvida para Davis

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise política que ronda o tênis brasileiro ameaça agora até afastar a equipe B da Copa Davis.
O motivo é que a eleição para presidente da Confederação Brasileira de Tênis, marcada para o próximo dia 2, deve ser adiada.
A situação é bem diferente da imaginada pelo capitão do Brasil no último confronto da competição, Carlos Chabalgoity.
"Quando aceitei ser capitão, a situação era o Nelson estar saindo em maio. Agora, teríamos que sentar e conversar de novo", disse o técnico, que teve dificuldades para montar a equipe para enfrentar o Paraguai e entregou o cargo após o confronto.
Alguns atletas recusaram a convocação e os que aceitaram receberam telefonema do técnico, que teve que explicar a situação.
A saída do presidente Nelson Nastás é a condição imposta pelos principais tenistas do país, encabeçados por Gustavo Kuerten, para voltarem a disputar a Davis.
Em abril, a equipe principal boicotou o confronto diante dos paraguaios pela segunda rodada do Zonal Americano, a segunda divisão da competição entre países.
A equipe de Chabalgoity, formada por Marcos Daniel, Alexandre Simoni, Júlio Silva e Josh Goffi, jogadores com ranking bem mais modesto do que os principais, acabou derrotada.
O resultado deixou o Brasil somente com o objetivo de permanecer na segunda divisão.
Os atletas que enfrentaram o Paraguai não foram encontrados para comentar o assunto.
O próximo compromisso, de 16 a 18 de julho, é contra a Venezuela, em Caracas, em quadra dura.
Em caso de nova derrota, o Brasil terá que enfrentar o perdedor de Equador x Peru para definir quem cairá para a terceira divisão.
"A CBT está procurando acertar a documentação das federações para que grande parte possa participar da eleição no dia 2", declarou Antonio Jurado Luque, advogado da entidade. "Mas não há condições de fazer em julho."
Segundo ele, das 24 federações filiadas, apenas quatro estão com a situação regularizada.
Jorge Lacerda Rosa, um dos líderes da oposição, disse acreditar que, se não houver uma decisão judicial, a eleição só deve ocorrer em dezembro, quando termina o mandato de Nastás. "Eles disseram que a eleição seria no dia 2 de julho, mas não houve edital de convocação", disse o presidente da federação de Santa Catarina.
Rosa afirmou que antes é preciso fazer a assembléia de prestação de contas. "Mas o Nelson desvia verbas da confederação. Falo isso há dois anos, por que ele não me processa se é mentira?"


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