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TÊNIS
CBT abandona intenção de fazer eleição no dia 2 e desestimula o capitão que foi peça-chave para formar o último time
Até equipe-tampão é dúvida para Davis
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise política que ronda o tênis
brasileiro ameaça agora até afastar a equipe B da Copa Davis.
O motivo é que a eleição para
presidente da Confederação Brasileira de Tênis, marcada para o
próximo dia 2, deve ser adiada.
A situação é bem diferente da
imaginada pelo capitão do Brasil
no último confronto da competição, Carlos Chabalgoity.
"Quando aceitei ser capitão, a
situação era o Nelson estar saindo
em maio. Agora, teríamos que
sentar e conversar de novo", disse
o técnico, que teve dificuldades
para montar a equipe para enfrentar o Paraguai e entregou o
cargo após o confronto.
Alguns atletas recusaram a convocação e os que aceitaram receberam telefonema do técnico, que
teve que explicar a situação.
A saída do presidente Nelson
Nastás é a condição imposta pelos
principais tenistas do país, encabeçados por Gustavo Kuerten,
para voltarem a disputar a Davis.
Em abril, a equipe principal boicotou o confronto diante dos paraguaios pela segunda rodada do
Zonal Americano, a segunda divisão da competição entre países.
A equipe de Chabalgoity, formada por Marcos Daniel, Alexandre Simoni, Júlio Silva e Josh Goffi, jogadores com ranking bem
mais modesto do que os principais, acabou derrotada.
O resultado deixou o Brasil somente com o objetivo de permanecer na segunda divisão.
Os atletas que enfrentaram o
Paraguai não foram encontrados
para comentar o assunto.
O próximo compromisso, de 16
a 18 de julho, é contra a Venezuela, em Caracas, em quadra dura.
Em caso de nova derrota, o Brasil terá que enfrentar o perdedor
de Equador x Peru para definir
quem cairá para a terceira divisão.
"A CBT está procurando acertar
a documentação das federações
para que grande parte possa participar da eleição no dia 2", declarou Antonio Jurado Luque, advogado da entidade. "Mas não há
condições de fazer em julho."
Segundo ele, das 24 federações
filiadas, apenas quatro estão com
a situação regularizada.
Jorge Lacerda Rosa, um dos líderes da oposição, disse acreditar
que, se não houver uma decisão
judicial, a eleição só deve ocorrer
em dezembro, quando termina o
mandato de Nastás. "Eles disseram que a eleição seria no dia 2 de
julho, mas não houve edital de
convocação", disse o presidente
da federação de Santa Catarina.
Rosa afirmou que antes é preciso fazer a assembléia de prestação
de contas. "Mas o Nelson desvia
verbas da confederação. Falo isso
há dois anos, por que ele não me
processa se é mentira?"
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