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Quem diria?
que o ataque seria a preocupação e a defesa, o ponto forte
que a Austrália seria líder do grupo e o Brasil, o segundo colocado
que a seleção já estaria pressionada
que a atitude em campo seria burocrática
que estaria pior que rivais antes desacreditados
que pode ser uma das últimas a obter classificação
Antonio Scorza/France Presse
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Ronaldo, que tenta superar a má fase |
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A MUNIQUE
Vencer não basta. Contra a
Austrália, hoje, às 13h, em Munique, a seleção brasileira tentará exterminar uma série de
dúvidas que passaram a rondar
a equipe, justificar a condição
de megafavorita ao título da
Copa do Mundo e, assim, garantir dias menos turbulentos.
Dúvidas que partem até de
Carlos Alberto Parreira. "Temos que deixar a individualidade de lado e jogar de forma coletiva", disse ontem o técnico,
que suspirou ao comentar o gol
argentino contra a Sérvia após
gigantesca troca de passes ("foi
o mais bonito da Copa"). Quem
diria, por exemplo, que as preocupações do time fossem o ataque e seu badalado quadrado
mágico, e não a defesa, tida como frágil e desprotegida?
"Contra a Croácia [1 a 0], não
jogamos bem com a bola", diz o
volante Emerson, numa clara
referência ao pífio desempenho dos jogadores ofensivos.
Entre os favoritos ao título,
só a França de Zidane, sem
marcar até agora, tem desempenho ofensivo inferior ao do
Brasil nos gramados alemães.
E, nesse ponto, quem tem
mais a responder é Ronaldo,
com a cabeça a prêmio até o final da primeira fase, mas que
mais uma vez ganhou a solidariedade de Parreira em público.
"Os grandes jogadores têm que
ser diferenciados. Ele pode
continuar a fazer a diferença."
Não é só o jogador do Real
Madrid que está na berlinda.
Quem diria que o próprio quarteto mágico não está garantido
nos mata-matas. Se Ronaldo
não reagir, Robinho pode entrar, mas a chance de um meia
ou volante também existe?
Chegou a hora também de
atingir a liderança de um grupo
com rivais nada poderosos.
Quem diria que a rival de hoje
entra em campo em primeiro
lugar por ter maior saldo de
gols (bateu o Japão por 3 a 1)?
Austrália que, apesar de estar
só em sua segunda Copa, ganhou ares de grande seleção.
"Eles têm um time muito bom,
com preparo físico excelente.
Marcam muito bem, com vigor
físico, e por isso temos que tomar cuidado", alerta Parreira.
Também é tempo de o Brasil
se juntar a um grupo já numeroso. Até agora, já são seis os times classificados às oitavas-de-final: Alemanha, Equador, Inglaterra, Holanda, Argentina e
Portugal. Em 2002, só a seleção
brasileira e a Espanha avançaram com tanta antecedência.
Para se classificar hoje, o
Brasil terá, além de bater a Austrália, que torcer para que Japão x Croácia termine em empate ou com triunfo europeu.
"Temos tudo para ganhar [da
Austrália], mas vamos jogar
com seriedade para garantir a
classificação antes do último
jogo da fase. É possível, e nós
queremos isso", diz Parreira.
O treinador conta com a vaga
antecipada para ter a chance de
poupar pendurados e descansar o time no último jogo da fase inicial, fator que foi decisivo
para a conquista do pentacampeonato na Coréia e no Japão.
E a dúvida maior é saber se a
pressão vai colocar em xeque o
bom ambiente que marcou os
mais de três anos da gestão Parreira. O treinador tenta jogar
esse fator no colo dos rivais.
"A Argentina chegou aqui
quietinha. Agora vai ser pressionada", falou Parreira.
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